- 19.05
- 2020
- 08:00
- Bruna Lima
Liberdade de expressão
Programa Tim Lopes lança versão do site em inglês
O Programa Tim Lopes de Proteção a Jornalistas, que está completando três anos, lançou seu site na versão em inglês. A cobertura dos três casos que fazem parte do programa está traduzida e disponível.
Desenvolvido pela Abraji, com o apoio da Open Society Foundations, o programa busca combater a violência contra jornalistas e a impunidade dos responsáveis. Em caso de crimes ligados ao exercício da profissão, uma rede de veículos da mídia tradicional e independente é acionada para acompanhar as investigações e publicar reportagens sobre as denúncias em que o jornalista trabalhava até ser morto.
Integram a rede atualmente: Agência Pública, Correio (BA), O Globo, Poder 360, Ponte Jornalismo, Projeto Colabora, TV Aratu, TV Globo e Veja.
Reprodução / Tim Lopes Project
O caso mais recente incluido no programa é o do jornalista Léo Veras, assassinado em 12.fev.2020, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Três meses após o crime, ainda não foi apontado o mandante da morte de Veras. Ele foi surpreendido por dois homens que invadiram sua casa, enquanto jantava com a família. Um pistoleiro reteve a família na sala, enquanto o segundo perseguiu o jornalista, disparando 12 tiros. Um terceiro homem seguiu por uma rua lateral para impedir a eventual fuga do repórter pela porta dos fundos e acabou baleado. A identidade dos pistoleiros ainda não foi revelada. A polícia paraguaia fez uma operação e prendeu dez pessoas.
Em 01.mai.2020, Waldemar Pereira Rivas, suspeito de envolvimento no assassinato e integrante da quadrilha do PCC que atua na região da fronteira, foi detido em Pedro Juan Caballero. Ele estava foragido, foi acusado de ser o autor do crime contra Veras e responderá por homicídio doloso e associação criminosa.
Conhecido como “Cachorrão”, Rivas é apontado como proprietário do Jeep Renegade que teria sido usado pelos pistoleiros na noite do crime. Ele nega o envolvimento no assassinato e afirma que era amigo da vítima. A viúva do jornalista prefere não comentar. Ela e a família continuam sendo escoltadas 24 horas pela Polícia Nacional do Paraguai.
Segundo o promotor Marco Amarilla, que integra a força-tarefa responsável pelo caso, as provas estão sendo coletadas e serão analisadas durante a investigação. O caso deve ser julgado pelo tribunal paraguaio ainda este ano. O promotor disse que ainda não está descartado o envolvimento de Ederson Salinas Benitez, conhecido como Salinas Ryguasu, chefe do PCC na região.