- 27.07
- 2022
- 10:40
- Abraji
Formação
Liberdade de expressão
Acesso à Informação
Pautas quentes de 2022 também fazem parte do Congresso da Abraji
Fruto de um trabalho de quase um ano, idealizado a partir de sugestões colhidas pela Abraji entre profissionais e estudantes durante quatro meses, o maior encontro de jornalismo do país também incluiu assuntos surgidos em 2022 e que mobilizaram o país e o mundo. O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo chega à décima sétima edição com um formato misto, destacando o que mobilizou a sociedade nos últimos meses.
O conflito na Ucrânia, deflagrado em fevereiro, é tema de três mesas específicas.
A repórter Sônia Bridi, da Globo, pilota a sessão presencial do Congresso, na sexta-feira, 5.ago.2022, a partir das 14h30. “Os brasileiros vão à guerra: relatos de duas gerações de correspondentes” é um painel que tem como objetivo mostrar como o perfil do repórter com atuação internacional vem mudando em razão da tecnologia, da conjuntura econômica e da saúde financeira das empresas de comunicação. Hélio Campos Mello, que cobriu a primeira Guerra do Golfo e é um dos nomes mais importantes do fotojornalismo brasileiro, e Yan Boechat, freelancer que atuou para mais de um veículo na invasão russa à Ucrânia conversam Sônia Bridi, ex-correspondente em Nova York, Paris e Pequim, sobre os impactos que essa nova realidade impõe aos repórteres expatriados.
Na imagem feita por Yan Boechat, ucraniano entre escombros depois de ataques russos.
Na versão on-line, na quinta-feira, 4.ago.2022, Patricia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, experiente também na cobertura de guerra, conduz a mesa “Mulheres no front: como sobrevivemos e cobrimos a guerra”, em que duas jornalistas premiadas que vivem na Ucrânia contam os bastidores do conflito. Suas organizações midiáticas independentes já enfrentavam um ambiente hostil e ameaças constantes. A invasão russa à Ucrânia, que já tirou a vida de ao menos 23 jornalistas, transformou a história de Katerina Sergatskova, editora-chefe e cofundadora da Zaborona Media, e Sevgil Musayeva, editora-chefe do Ukrayinska Pravda.
No mesmo dia da versão remota do congresso, Cláudia Antunes, que coordena a editora internacional do jornal O Globo, entrevista Alexey Kovalev, editor de investigações do site Meduza; e Roman Anin, fundador do site IStories. Na sessão “A nova arma de Putin para silenciar a mídia”, os dois jornalistas russos exilados contam as razões pelas quais deixaram Moscou, em diferentes momentos do regime autocrático russo. Em 2021, o site criado por Anin, o Important Stories (IStories), foi nomeado como "agente estrangeiro". Em mar.2022, Putin classificou a mesma organização como "indesejável". Na prática, qualquer interação com o site é considerada uma ofensa criminal, ou seja, mesmo os internautas que compartilhem notícias publicadas no Istories podem ser punidos.
Kovalev trabalha desde 2019 como editor do site Meduza, fundado em 2014 na Letônia, depois que o governo russo anexou a Crimeia. Publicado em russo e em inglês, o portal foi bloqueado pelo Kremlin em 3.mar.2022, o mesmo dia em que o jornalista russo foi forçado a emigrar à luz da promulgação de leis de censura.
Escândalos no Brasil
Com a programação quase fechada, a Abraji abriu espaço para furos jornalísticos recentes. O colunista Rodrigo Rangel e o repórter Fabio Leite, do Metrópoles, são parte da equipe que divulgou, no fim de junho, denúncias de um dos nomes mais poderosos do governo, o do ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Duarte Guimarães. A reportagem apresentou relatos de funcionárias que denunciaram assédio grave pelo homem que dirigia o maior banco público da América Latina, um dos mais próximos do presidente Jair Bolsonaro.
Ainda em jul.2022, Breno Pires, da revista piauí, mostrou os tentáculos do orçamento secreto pelo país, revelando uma sucessão de fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Escândalos que chacoalharam o legislativo e o executivo”, sessão prevista para a sessão presencial do Congresso, no sábado (6.ago.2022), tem como um dos palestrantes Vinícius Valfré, da equipe do Estadão que revelou o chamado “Bolsolão do lixo”, mostrando como o investimento público federal com coleta de lixo virou foco de despesas milionárias e como a distribuição de caminhões foi usada por senadores, deputados e prefeitos para ganhar a simpatia e o voto dos eleitores. A mediação é de Náila Cristina Ferreira Nucci, professora de Direito da FAAP.
Mais detalhes sobre o Congresso
Promovido pela Abraji desde 2005, o 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo deve bater recorde: quase 100 atividades com mais de 200 palestrantes, entre painelistas e moderadores.
A programação está distribuída em cinco dias. Nos dias 3 e 4 de agosto, será realizada a parte on-line e gratuita do evento, incluindo o IX Seminário de Pesquisa em Jornalismo. A versão presencial e paga (sem transmissão pela internet), ocorrerá de 5 a 7 de agosto, na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), em Higienópolis, São Paulo.
O último dia do Congresso é totalmente dedicado à quarta edição do Domingo de Dados, com oficinas sobre jornalismo de dados, além de bastidores de investigações ligadas ao tema.
Atenção: é necessário se inscrever separadamente nos eventos on-line e presencial, sendo que os ingressos para a versão presencial do Congresso e para o Domingo de Dados serão vendidos separadamente.
Nesta página, você tem acesso à programação completa, além de mais informações sobre os convidados da 17ª edição. Clique aqui para se inscrever na versão on-line. Para adquirir os ingressos da versão presencial, basta acessar esta área da página do Congresso. As principais dúvidas relacionadas ao evento, como o funcionamento do modelo misto, foram respondidas nesta seção.
O 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e do curso de Jornalismo do Centro Universitário FAAP.
O evento é patrocinado por Google News Initiative, Meta, Luminate, Grupo Globo, Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, Tik Tok, Itaú, Alma Preta, ARTIGO 19, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, Headline, Metrópoles, O Estado de S. Paulo, Poder 360, Revista Cenarium e The Trust Project.
Apoiam institucionalmente Agência Eko, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Revistas (Aner), FCB Brasil, Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Instituto Palavra Aberta, Jornalistas&Cia, Knight Center for Journalism in the Americas, Portal Imprensa, Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), Oboré, Textual Comunicação, Transparência Internacional - Brasil e UNESCO. O apoio de mídia é de GloboNews, Grupo RBS, revista piauí, rádio CBN e SBT News.
Google News Initiative, Meta, Luminate, Itaú, CNN Brasil e O Estado de S. Paulo também patrocinam o 4º Domingo de Dados.
Texto atualizado em 1.ago.2022 em razão de imprevistos na agenda.