- 19.09
- 2022
- 16:55
- Abraji
Liberdade de expressão
Jornalista procura Abraji ao se sentir ameaçado em GO
Foto: Reprodução Gilles Lambert/Unsplash
O jornalista Yago Sales registrou um boletim de ocorrência em 12.set.2022, na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, em que reportou suspeitas de invasão a seu aparelho de telefone celular, além de preocupação com veículos desconhecidos circulando na rua de sua casa, segundo ele, de forma ameaçadora. O caso está sendo apurado pela 5ª delegacia de polícia distrital de Aparecida de Goiânia (GO).
Foto: Boletim de Ocorrência de Yago Sales.
Há cerca de oito meses, Yago Sales começou a publicar matérias sobre a administração pública municipal de Goiânia. De acordo com o jornalista, logo após as publicações, ele identificou movimentações preocupantes ao seu redor. “Comecei a perceber que estava sendo seguido. As pessoas faziam comentários para mim que pareciam recados de alguém que estava me observando”, contou.
Na primeira semana de set.2022, quando Sales entrou em contato com a Abraji, ele relatou que veículos desconhecidos rondavam sua casa. Ainda de acordo com o jornalista, no seu celular também apareceram aplicativos estranhos e mensagens desconhecidas. Ele também afirmou que as senhas de sua conta bancária e de e-mail teriam sido trocadas.
O jornalista trabalhava no Portal 6 e foi demitido no dia 12.set.2022. No dia seguinte, ele começou a trabalhar no portal O Hoje.
Em 2.fev.2017, a Abraji já havia publicado uma nota sobre outra ameaça contra Yago Sales, relacionadas a uma publicação no semanário Tribuna do Planalto, em que o repórter revelou que Daniel Batista de Moraes, dito pastor, explorava e agredia internos da clínica para dependentes químicos que mantinha em Aparecida de Goiânia.
Samira de Castro, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) apontou que, em 2021, pelo segundo ano consecutivo, a região centro-oeste registrou o maior número de violações à liberdade de imprensa no país, com 169 ocorrências. O Estado de Goiás registrou seis episódios no ano passado, conforme o relatório da Fenaj.
O caso envolvendo o jornalista reflete como 2022 se tornou um ano violento para profissionais de imprensa no Brasil. Nos primeiros sete meses do ano, foram registradas 66 agressões graves, envolvendo episódios de violência física, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos — crescimento de 69,2% em comparação com o mesmo período de 2021.