- 10.05
- 2011
- 13:26
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WikiLeaks confirma participação no 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Kristinn Hrafnsson, jornalista islandês que assumiu a dianteira do WikiLeaks depois da prisão de Julian Assange, confirmou a vinda ao 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. No painel "WikiLeaks - impactos dos vazamentos para o jornalismo investigativo", Hrafnsson contará a história da organização e falará das impactos dos vazamentos massivos de documentos para o jornalismo investigativo.
Fundado em 2007 por Assange, o WikiLeaks publica documentos secretos ou confidenciais que considera de relevância ética, política ou histórica. Seu principal objetivo é proporcionar aos informantes um canal seguro para denunciar má conduta de governos, instituições e empresas. Nos últimos anos, a organização incorporou o jornalismo ao seu trabalho para contextualizar os documentos e se aliou a diversos meios de comunicação para a publicação das informações em diversos países.
Apesar da mudança de comando na organização depois da prisão de Assange, a colaboradora do WikiLeaks no Brasil, Natalia Viana, garante que não houve mudanças na forma de trabalho do site. “O trabalho continuou igual, porém todas as manhãs Julian tem que ir a delegacia para assinar um livro e não pode sair de Ellingham Hall [mansão da Inglaterra, na qual ele se refugiou em dezembro de 2010] à noite”, conta.
A representante brasileira é fundadora da Pública, primeira agência de reportagem e jornalismo investigativo do Brasil. Ela também participará do painel, contando os bastidores da divulgação dos documentos secretos no país. “Poderemos contar pela primeira vez com detalhes como foi elaborada e conduzida a estratégia no Brasil, que envolveu dois grandes jornais, o site do WikiLeaks, voluntários e diversos blogueiros”.
Viana acredita que a organização tenha uma função importante no cenário jornalístico atual: “o WikiLeaks democratiza o jornalismo, disponibilizando não só a notícia, mas a fonte primária da notícia ao público. Nesse sentido, é uma revolução no jornalismo e uma radicalização do conceito de transparência”.
A palestra terá moderação do presidente da Abraji, Fernando Rodrigues, que esteve à frente da publicação na “Folha de S.Paulo” dos documentos obtidos pelo WikiLeaks. “Será o primeiro grande fórum de jornalismo no Brasil depois do maior vazamento da história, e com certeza o debate sobre o trabalho do WikiLeaks será muito frutífero”, afirma Viana, citando a divulgação de mais de 250 mil telegramas das embaixadas americanas que começaram a ser publicados em novembro de 2010, gerando grande repercussão.
Kristinn Hrafnsson também participará do painel “Acesso a Informações Públicas: exemplos que vêm de fora", contribuindo com a experiência da lei de acesso na Islândia. A palestra, marcada para o dia 1º de julho, contará com as presenças do pesquisador Gregory Michener e de Fernando O. Paulino, professor da UnB e um dos coordenadores do Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas.
6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Quando: 30 de junho a 2 de julho de 2011
Onde: São Paulo - Universidade Anhembi Morumbi - campus Vila Olímpia - unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)
Inscrições: http://bit.ly/6congresso