Webinar discute impunidade nos crimes contra jornalistas
  • 16.02
  • 2021
  • 18:25
  • Abraji

Liberdade de expressão

Webinar discute impunidade nos crimes contra jornalistas

O projeto Voces del Sur, rede da qual a Abraji faz parte com outras 12 organizações da sociedade civil da América Latina, promove, na próxima quinta-feira (18.fev.2021), um webinário sobre a impunidade nos crimes contra jornalistas.

A iniciativa faz parte das missões do projeto, que apóia medidas de proteção à liberdade de expressão e de imprensa na região. O seminário on-line "2020: Otro año de impunidad por crímenes y agresiones contra periodistas en la Región" será transmitido pelas redes sociais do Voces del sur,  a partir das 14h pelo horário de Brasília. Não haverá tradução simultânea. 

Sete casos emblemáticos de crimes contra profissionais de imprensa estão no centro da discussão. O representante do Brasil é Jairo Sousa Junior, filho do radialista assassinado em Bragança (PA), em junho de 2018. Junior, como é chamado, ajudava o pai na rádio e nutre o sonho de seguir sua profissão. Hoje, com 20 anos, trabalha na TV Mania, afiliada da TV Record  e se formou na faculdade de jornalismo. 

Jairo de Sousa é o segundo caso acompanhado pelo Programa Tim Lopes. O radialista foi morto a tiros no dia 21.jun.2018 quando chegava à rádio Pérola FM, na cidade de Bragança, a 220 km de Belém. Sousa iria apresentar seu programa matinal “Show da Pérola”, veiculado todos os dias, das 5h às 9h. Depois de trancar o portão de ferro e subir alguns degraus da escada que levava ao estúdio, foi baleado com dois tiros no tórax. 

O Ministério Público do Pará ofereceu denúncia contra onze pessoas pelo assassinato de Jairo de Sousa. Entre eles, o vereador Cesar Monteiro Gonçalves (PR), que é acusado de ser o mandante. Segundo o inquérito, o assassinato foi encomendado a um grupo de extermínio e teria custado R$ 30 mil. O crime está relacionado ao trabalho do radialista, que fazia sérias críticas a políticos da região bragantina, em razão de supostos desvios de verbas públicas. 

O crime espalhou medo entre outros jornalistas da região e revelou a existência de uma lista de quatro alvos marcados para morrer - o radialista era o segundo nome na mira dos criminosos. Havia 12 anos que Jairo Souza usava colete à prova de balas por causa das ameaças recebidas ao longo de sua carreira em emissoras de municípios vizinhos e em Bragança. Mas, naquela madrugada, o comunicador estava sem o equipamento.
 

Imagem: Card de divulgação / Voces del Sur

Assinatura Abraji