USP começa estudo sobre trabalho de comunicadores um ano após pandemia
  • 05.04
  • 2021
  • 12:30
  • Abraji

Formação

USP começa estudo sobre trabalho de comunicadores um ano após pandemia

O Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), um dos mais importantes núcleos de estudo sobre os jornalistas do país, acaba de lançar a segunda fase da pesquisa sobre o impacto da covid-19 entre os comunicadores. 

O levantamento começa um ano após a realização da investigação inicial, que diagnosticou o momento vivido pelos comunicadores ainda no começo da pandemia. O relatório desta pesquisa foi transformado em e-book e pode ser consultado aqui.

A professora Roseli Figaro, uma das maiores especialistas do Brasil sobre o perfil de comunicadores e jornalistas e as mudanças na categoria dos últimos anos, lembra a situação preocupante desses trabalhadores, que inclui um amplo leque de profissionais, inclusive os que não têm diploma e aqueles que estão fora das redações.

A ideia é ouvir não apenas repórteres e editores que fazem parte das redações de empresas jornalísticas, como jornais e emissoras de rádio e televisão. A ECA quer ouvir depoimentos de locutores, assessores de imprensa e outras funções relacionadas à comunicação de um modo geral. 

“O que queremos é escutar pessoas que, muitas vezes, ocupam o pelotão de frente do combate à doença, ao assumir o árduo papel de informar corretamente a sociedade sobre os riscos do vírus, como também desfazer peças de desinformação (fake news) que, infelizmente, ainda perduram”, resume Figaro.

O formulário Como trabalham os comunicadores no contexto de um ano da pandemia da Covid-19? pode ser acessado aqui e estará disponível para preenchimento de hoje (05.abr.2021) até o fim do mês (30.abr.2021), no site do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho. Os organizadores ressaltam que os respondentes poderão participar anonimamente, de modo a ter seu sigilo preservado.

Sobrecarga, estresse e saúde mental

Em 2020, o estudo inicial do CPCT sobre o tema foi promovido no começo do distanciamento social e reuniu 557 participantes de todo o país e do exterior. O relatório final evidenciou o aumento da jornada e do volume de trabalho, que tornou bem mais estressante a rotina dos comunicadores, que tiveram de conciliar a profissão com os cuidados da casa e dos filhos. 

Cerca de 70% dos profissionais reclamaram que o ritmo de trabalho estava bem mais intenso tanto para quem atuava na modalidade remota (home office) quanto para quem se mantinha em atividade presencial (nas redações e nas ruas, com entrevistas no campo).

“A isso se soma também a sensação de cansaço sentida diariamente por esses trabalhadores, que ainda tinham de usar, na maioria das vezes, seus próprios instrumentos para trabalhar, como computador, celular e conexão à internet”, sublinha Figaro.

Os investigadores da nova fase do estudo disponibilizaram um email para dúvidas e mais informações sobre a pesquisa: [email protected]

Assinatura Abraji