• 08.04
  • 2014
  • 09:18
  • Abraji

Sobe para 166 número de violações contra jornalistas

O sábado (5.abr.2014) foi mais um dia violento para jornalistas. Dessa vez as agressões aconteceram em Belém, no Pará, durante um protesto de policiais militares. Três jornalistas foram agredidos - e o número total apurado pela Abraji sobe para 166 violações. A planilha com todas as informações está disponível para download aqui.

Os jornalistas da TV Liberal Márcio Lins e Jairo Lopes foram hostilizados assim que chegaram ao local da manifestação. Devidamente identificados como repórter e cinegrafista, foram agredidos com tapas e socos. Márcio Lins ficou desacordado por 10 minutos, e Jairo Lopes teve de voltar ao veículo da televisão para guardar o equipamento - os PMs em protesto tentavam jogar a câmera no chão.

Mais tarde, um produtor à paisana da mesma rede de TV que preferiu não se identificar foi descoberto enquanto filmava a manifestação. Cercado por policiais, alegou ser um estudante quando questionado sobre a empresa para a qual trabalhava. Mesmo assim, foi agredido com socos no rosto e na cabeça. Conseguiu sair do local levando consigo a câmera, mas teve a CNH subtraída.

Com os novos três casos, sobe para 166 o número de violações a jornalistas em cobertura de protestos desde maio de 2013. 

Atualização
Também nesta semana foi confirmada como não intencional a agressão contra o repórter Lucas Vettorazzo - ele foi atingido por uma bala de borracha disparada contra manifestantes. 

Dos 166 casos de violação, 107 foram intencionais - ou seja, a vítima foi identificada como profissional da imprensa antes da ser hostilizada, presa ou agredida.

Dos 107 casos de violação intencionais, 85 (79,5%) foram perpetrados por forças de segurança (polícia, guarda civil ou seguranças privados). Em 22 casos (20,5%), os manifestantes foram os autores da violação.

Dos outros 59 casos de violação, 27 foram não intencionais. Em 30 casos, não foi possível conseguir uma resposta dos profissionais alvo das violações. E em 2 casos não foi possível afirmar se a agressão foi intencional ou não.

Assinatura Abraji