- 22.06
- 2009
- 16:06
- -
Silvia Bessa contará no congresso como um tema já fortemente explorado ainda pode gerar grande repercussão
Silvia Bessa percorreu sete mil quilômetros por cinco estados do Nordeste para ver “O Brasil que vai sofrer com o aquecimento”. Fez disso um caderno especial para o Diário de Pernambuco, onde trabalha como repórter. Em sua palestra, que acontecerá no sábado 11 de julho, a jornalista contará como o tema do aquecimento global, já fortemente explorado e debatido pela mídia, ganhou grande repercussão com a publicação desse caderno especial. “São histórias que encontrei nas estradas”, conta.
A jornalista explica que o mais difícil foi retirar histórias daquelas pessoas – os nordestinos, do “miolo” do semi-árido, que vivem não só na região mais climaticamente vulnerável como também na mais socialmente vulnerável. “Eles não são pobres, são miseráveis, muitos nem sabem o que é o aquecimento global do qual serão as maiores vítimas”. Silvia contará então como fez esse “link”, fazendo-as pensar no que sentiam na pele e poderia ser relacionado ao aquecimento global. “Eu não podia usar o termo técnico, mas precisava entender como aquilo afetava suas vidas”.
Na palestra, ela abordará todas as etapas do processo do caderno especial: a pré produção, a produção, a execução e o período pós-publicação, quando o tema voltou a ser fortemente discutido, sobretudo na rede estadual de educação de Pernambuco.
Na parte da produção, Silvia Bessa contou com grandes pesquisadores do Brasil de fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília. O professor José Marengo, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) fez um mapa climatológico especialmente para a reportagem. Silvia pesquisou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região e então traçou um mapa social. A partir da junção desses dois mapas, traçou a trajetória por onde iria buscar histórias das pessoas que mais vão sofrer com o aquecimento global.
Silvia diz que sua palestra pode ser interessante tanto para profissionais quanto para estudantes de jornalismo. Para os primeiros, porque “cada jornalista trabalha de um jeito, escreve de um jeito e busca informações de um jeito e, portanto, a troca de experiências é muito importante e rica, ver como o outro trabalha e atua na sociedade”. Para os estudantes, acha que é uma motivação. “Vou mostrar que mesmo temas batidos podem gerar grande repercussão, se trabalhados com um olhar diferenciado”.