Roda de conversa do 39º Prêmio Vladimir Herzog está no YouTube
  • 05.03
  • 2018
  • 09:27
  • Rafael Oliveira

Formação

Roda de conversa do 39º Prêmio Vladimir Herzog está no YouTube

A gravação da Roda de Conversa do 39º Prêmio Vladimir Herzog está disponível no canal da Abraji no YouTube. São três vídeos, cada um com cerca de 10 minutos, compilando o bate-papo em que os vencedores compartilham os bastidores dos trabalhos premiados. A conversa é mediada pelos jornalistas Paulo Oliveira e Angelina Nunes. É a sexta vez que o Prêmio Vladimir Herzog promove a Roda.

Segundo Ana Luisa Gomes, diretora da Oboré — organização responsável por coordenar a iniciativa —, a Roda de Conversa surgiu com o objetivo de disponibilizar “o conhecimento sobre métodos e procedimentos que estão na construção de reportagens reconhecidas”. “As Rodas de Conversa são um convite à participação dos premiados em uma atividade de viés educativo para troca de experiências vividas no cotidiano do jornalismo. Proporcionam momentos importantes de reflexão para todos que defendem uma atividade profissional de qualidade, com métodos de investigação, apuração e checagem rigorosos e postura ética. Trata-se de uma iniciativa pioneira na área dos concursos de jornalismo no Brasil”, explica Ana.

Violência contra a mulher 

Três das reportagens premiadas pelo Prêmio Vladimir Herzog tinham como tema a violência contra a mulher: na categoria Multimídia, “Sozinhas: histórias de mulheres que sofrem violência no campo”, de ngela Bastos e da equipe do Diário Catarinense trouxe à luz casos de mulheres da zona rural de Santa Catarina; em “Dar à luz a dor”, menção honrosa na categoria áudio, Hebert Araújo e equipe da Rádio CBN João Pessoa falam sobre episiotomia, um tipo de violência obstétrica; Gabriela Pimentel e grande equipe da TV Record ganharam menção honrosa na categoria vídeo com a reportagem “O inferno de Lidiany”, que traz entrevista com jovem que em 2007, aos 15 anos, foi presa em uma cela com 20 homens e repetidamente estuprada. 

Violência policial

Profissionais responsáveis por outros três trabalhos jornalísticos premiados revelaram detalhes de suas investigações relacionadas à violência policial neste vídeo: Cláudia Rocha, da Ponte Jornalismo, venceu a categoria Rádio com “Repressão na Favela do Moinho: Leandro, 18 anos, morto em Operação da Rota”; o chargista Simanca, do jornal A Tarde (BA), foi o vencedor da categoria Arte com charge intitulada “Anulação dos julgamentos do massacre do Carandiru”; Ciro Barros representou a equipe da Agência Pública que ganhou menção honrosa na categoria Arte com “A execução de Ricardo”, reportagem em quadrinhos sobre o assassinato de um catador em São Paulo.

Violência em questões de terra

Duas reportagens premiadas trataram da violência em questões relacionadas à terra. Um dos vídeos traz o bate-papo sobre esses trabalhos. Patrik Camporez e equipe da Agência Pública venceu a categoria texto com o “Especial Quilombolas”, que fala da disputa por terra entre as comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo e a empresa de celulose branqueada de eucalipto Fibria; na reportagem “Cerco aos isolados”, menção honrosa na categoria texto, André Borges e equipe do Estadão retratam as invasões no território de índios isolados no Vale do Javari, no oeste do Amazonas.

Prêmio Vladimir Herzog

Premiação dedicada a promover os direitos humanos e a democracia, o PVH alcançou recorde de inscrições em sua 39ª edição, com 634 reportagens aceitas para análise. Para Ana Luisa Gomes, os objetivos de “reconhecer os profissionais de imprensa e preservar a memória da história brasileira no que tange aos direitos humanos e a anistia” foram totalmente cumpridos. “[Esta edição] inaugurou mudanças nos critérios das categorias em relação aos anos anteriores, o que atualizou o PVH no cenário das habilidades e modalidades jornalísticas contemporâneas”, aponta.

Os vencedores da 39ª edição e seus respectivos trabalhos estão disponíveis no site do prêmio.

Assinatura Abraji