• 17.08
  • 2004
  • 14:13
  • MarceloSoares

Revista lembra os 30 anos da queda de Nixon e da valorização do jornalismo investigativo

DO KNIGHT CENTER FOR JOURNALISM IN THE AMERICAS

As faculdades de jornalismo abordam o caso Watergate como um heróico exemplo de cobertura mas, depois de 30 anos do fato, alguns analistas questionam o papel que o jornalismo exerceu na remoção Presidente Nixon de seu cargo, segundo um artigo da American Journalism Review.

Bob Woodward, um dos repórteres do Washington Post que recebeu credito pelo furo do escândalo de Watergate, disse que a imprensa possui um papel na sociedade, mas que é um erro superestimar a importância da cobertura da mídia. De acordo com o editor executivo do Washington Post Leonard Downie Jr, o escândalo não instigou uma cobertura mais enérgica da Casa Branca.

Mark Feldstein, um professor de jornalismo na Universidade de George Washington, escreve que Watergate teve mais impacto no jornalismo investigativo do que na cobertura da Casa Branca. No ano seguinte da renúncia de Nixon, a organização sem fins lucrativos Investigative Reporters and Editors foi fundada. Desde então, esta organização cresceu e hoje possui cerca de 5.000 afiliados que recebem treinamento em técnicas investigativas regularmente. Além disso, inspirou a criação de uma rede de outras instituições semelhantes pelo mundo, que inclui a Abraji.

Segundo Brant Houston, diretor da IRE, o Watergate "solidificou a importância crítica da reportagem investigativa". Para ele, o livro Todos os Homens do Presidente "humanizou a reportagem investigativa e inspirou milhares de jovens que queriam fazer alguma diferença a se tornarem jornalistas investigativos".
Assinatura Abraji