Repórter é agredido ao cobrir suposto evento político no Ceará

Jackson Cabral, coordenador de campanha de Ilário Marques (PT), candidato a prefeito de Quixadá, Ceará, (174 km de Fortaleza), agrediu um repórter, na noite do domingo, 16 de setembro.  O repórter do Sistema Monólitos, Wal Alencar, recebeu um soco no rosto enquanto cobria um protesto em frente a uma escola municipal, na qual supostamente acontecia uma reunião política entre integrantes do PT. 

Wal Alencar foi ao local após receber uma denúncia de que o candidato a prefeito estava em uma reunião de caráter político dentro de uma escola municipal. Moradores e opositores se reuniram no local para protestar. “Os moradores disseram que era um evento político”, afirmou o jornalista. Durante o período de eleições, é proibido realizar atividades eleitorais partidárias em imóveis públicos. 

Enquanto o repórter gravava o protesto, recebeu um soco no rosto pelo coordenador de campanha do PT. A agressão ao repórter foi filmada pelas câmeras do canal virtual em que ele trabalha e postado no Youtube (veja o vídeo).

Após sofrer o ataque, com o rosto sangrando, Alencar ainda comentou a agressão para a câmera e, em seguida, foi levado ao Instituto Médico Legal da cidade vizinha de Quixeramobim para exame de corpo de delito.

O repórter levou seis pontos abaixo do olho direito e na orelha, informou a polícia.“Ele [Cabral] recebeu voz de prisão. Eu fui à delegacia e recebi a guia do IML. A lesão foi considerada grave e estou agora de licença médica”, disse ao G1.

 

(Imagem: Youtube)

 

Para Alencar, não há dúvidas de que a ação teve motivação política: “Como a reportagem que eu fazia denunciava que o ato era ilegal, ele imaginou que aquilo poderia prejudicar a campanha do PT. Ele perdeu a cabeça e partiu para cima de mim”, conta o jornalista.

Segundo o investigador do caso, Alex Pimentel, Cabral foi preso em flagrante por lesão corporal grave, mas liberado na tarde de segunda-feira (17) depois após obter habeas corpus e pagar fiança. 

O candidato a prefeito Ilário Marques afirmou que estava participando de um aniversário de criança no prédio da escola, acompanhado da esposa e da neta, de três anos. “Estamos tendo uma campanha muito agressiva contra a gente [PT]”, explicou o candidato.

Ainda segundo o investigador e o candidato, Cabral, acusado de ter cometido a agressão, não é assessor nem coordenador de campanha do candidato, mas apenas um militante voluntário em sua campanha. 

De acordo com Ilário Marques, opositores souberam que ele e a família estavam no prédio e se reuniram em frente à escola alegando que ele realizava um encontro político no local. Segundo ele, tentaram invadir, mas foram impedidos pelo porteiro, que chamou a polícia.Ainda segundo o candidato, o blogueiro trabalha em uma empresa da oposição política.