• 22.01
  • 2015
  • 15:31
  • Abraji

Relatório da FENAJ mostra que 2014 foi ano marcado por agressões a jornalistas em protestos

Agressões a jornalistas durante protestos foram a principal violação ao trabalho da imprensa em 2014. O Relatório de Violência e Liberdade de Imprensa 2014, divulgado nesta quinta-feira (22.jan.2015) pela FENAJ, registrou 79 casos de agressão a jornalistas durante manifestações. Em entrevista à Abraji, a vice-presidente da Federação, Maria José Braga, diz que a cifra “acabou invertendo uma tradição de agressões contra jornalistas feitas, principalmente, por políticos. As tendências históricas foram revertidas a partir de 2013”. Em 2014, políticos estiveram envolvidos por 16 casos de agressão.

Em 2014, policiais ou guarda civis atacaram jornalistas em manifestações pelo menos 63 vezes, e manifestantes,16. Em relação a assassinatos, os números aumentaram de dois, em 2013, para três, em 2014: foram mortos o cinegrafista da Band Santiago Andrade, o proprietário do jornal Panorama Regional, Pedro Palma, e o radialista Geolino Lopes Xavier, esse último em circunstâncias ainda incertas.

Sobre as agressões em protestos, Maria José Braga apontou que deixar de usar equipamentos de proteção para cobertura de protestos não deveria ser um fator influenciador nas violações contra os profissionais. “Consideramos os treinamentos e a utilização de equipamentos importantes nesse caso, mas não são fundamentais. Na opinião da FENAJ, o jornalismo não é uma atividade de risco por sua natureza, o profissional só é submetido a situações de risco às vezes”, explica.

Apesar de a maioria das agressões terem se concentrado no primeiro semestre de 2014, durante os seis últimos meses do ano também houve casos de violação e censura, alguns mesmo ligados ao período eleitoral.

Os motivos de os jornalistas ainda sofrerem agressões são diversos, mas a FENAJ acredita que a incompreensão com o papel do jornalista, e a intolerância com a diversidade de coberturas podem ser possíveis respostas. “A função do jornalista é de relatar e trabalhar em cima das diversas opiniões da sociedade, mas as pessoas acabam sendo intolerantes com ideias que divergem das suas”, conclui Maria José Braga.

Assinatura Abraji