- 08.05
- 2007
- 15:43
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Proteção à liberdade de expressão estará em pauta no 2º Congresso Internacional da Abraji
"Os jornalistas precisam conhecer melhor o funcionamento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos e utilizá-lo para se proteger e proteger o próprio exercício do jornalismo." A afirmação é da advogada Helena da Souza Rocha, mestre
A advogada e a diretora do escritório brasileiro da ONG internacional Centro Pela Justiça e Direito Internacional (CEJIL), Beatriz Affonso, estarão na mesa A proteção da liberdade de expressão, no dia
Helena vai explicar como o sistema pode ajudar na proteção da liberdade de expressão. No caso de ameaças, por exemplo, se o jornalista ou uma fonte identificada em reportagem jornalística não conseguirem proteção dentro do próprio país, podem entrar com uma medida cautelar na Comissão pedindo proteção. “Nesse caso, a Comissão aprecia o pedido e, se realmente houver necessidade, entra em contato com o Poder Executivo do país e pede a proteção. O Brasil costuma aceitar esses pedidos”, afirma. Segundo Helena, a Comissão leva cerca de três dias par analisar um pedido. A escolta policial costuma ser feita durante 24 horas ou durante o período de trabalho do jornalista, por tempo indeterminado.
A comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos não podem impor suas decisões aos países e não há sanções por descumprimento, mas seus entendimentos podem servir de base para decisões do Poder Judiciário. Além das leis ordinárias e da Constituição Federal, os juízes devem decidir de acordo com os tratados internacionais de que o Brasil é signatário, como a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, e podem buscar argumentos na jurisprudência produzida na comissão e na corte.
“O direito à liberdade de expressão ainda é muito violado na América Latina. Se compararmos com lugares onde há conflitos armados, como o Iraque, não é tanto, mas há muitas violações. Na Venezuela e na Colômbia, por exemplo, há muitos problemas”, diz Helena.
Beatriz explicará em detalhes a estrutura do sistema e falará sobre um livro “A proteção da liberdade de expressão e o sistema interamericano”, lançado pelo Cejil. A obra está dividida em duas partes: um manual sobre o funcionamento do sistema e uma análise aprofundada sobre liberdade de expressão nós órgãos que o compõem. A diretora do Cejil levará alguns livros para distribuir aos participantes da palestra.