• 01.08
  • 2012
  • 16:04
  • Karin Salomao

Projeto para Museu do Jornalismo foi discutido em seminário no RJ

A criação de um museu para a história da imprensa no Brasil foi tema do Seminário Jornalismo e Memória, no Rio de Janeiro. No dia 26 de julho, no Espaço Eliseu Visconti da Biblioteca Nacional, museólogos, pesquisadores, professores e jornalistas se reuniram para traçar o projeto de um museu dedicado à história do jornalismo brasileiro. A ideia, segundo a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Suzana Blass, é construir um espaço para consulta de acervo e discussão, com cinema, livraria, espaço para exposições fixas e temporárias.

O projeto é uma iniciativa do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo (CCMJ). Criado em 2008 e inaugurado em 2010, o CCMJ está abrigado no 7º andar do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e reúne materiais oriundos de doações além do acervo completo de Joel Silveira. São 6.700 itens, entre jornais, livros, fotos, vídeos, documentos e 380 horas de depoimentos de alguns dos grandes jornalistas brasileiros. Porém, ainda não há prazo previsto para a inauguração do museu.

O próximo desafio, para Blass, é encontrar um espaço. O CCMJ está pleiteando o local junto à prefeitura ou ao governo estadual. Além disso, também é necessário fechar parcerias e patrocínios, “principalmente um mantenedor”, diz ela. Segundo Blass, a maior dificuldade dos centros de cultura é de se manter funcionando e abertos ao público.

A criação do museu se insere numa tendência do jornalismo de se voltar para a história da imprensa e do país, segundo avaliação de Marcelo Beraba, diretor da Abraji e um dos mediadores do seminário. “Há um esforço de retratar não só o dia-a-dia, mas também olhar para trás e juntar peças que não tínhamos”. 

Beraba comentou que alguns grandes biógrafos, como Ruy Castro e Sérgio Cabral, que também palestraram no seminário, são jornalistas. Ambos têm, experiência em pesquisa histórica: Ruy Castro é reconhecido pela produção debiografiascomo "O Anjo Pornográfico", sobre a vida de Nelson Rodrigues, "Estrela Solitária" sobre Garrincha e a biografia de Carmen Miranda. Sérgio Cabral escreveu as biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão e Ary Barroso, além de livros sobre o samba. 

Jornalistas também estão escrevendo sobre a história do Brasil, principalmente sobre o período de ditadura militar. Beraba citou Leonêncio Nossa, autor de “Mata!”, livro sobre a guerrilha do Araguaia, e Lucas Ferras, que fez uma reportagem sobre o fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, autor da famosa imagem do corpo de Vladimir Herzog. Nossa e Ferraz estiveram presente no 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo para falar sobre a pesquisa histórica e apuração jornalística.

Assinatura Abraji