- 24.10
- 2019
- 12:00
- Natália Silva
Liberdade de expressão
Acesso à Informação
Presidente da Abraji participa de debate da CPMI das Fake News
O presidente da Abraji, Daniel Bramatti, participou em 22.out.2019 de audiência pública no Senado Federal para debater o fenômeno das notícias fraudulentas — também chamadas de fake news — no contexto brasileiro. Além de Bramatti, compuseram a mesa Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia; o general de divisão Guido Amin Naves, do Comando de Defesa Cibernética do Exército; e Walter Capanema, diretor de inovação e ensino da Smart3. O vídeo está disponível na íntegra no canal da TV Senado.
A reunião faz parte do trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), criada após proposição do deputado federal Alexandre Leite (DEM/SP). O grupo, com 15 senadores e 15 deputados, tem como objetivo investigar ataques cibernéticos e a utilização de perfis falsos que atentem contra a democracia e o processo eleitoral. Além disso, a CPMI das Fake News deve também, num prazo de 180 dias, averiguar a prática de cyberbullying e a orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.
Em sua apresentação, Bramatti destacou o trabalho do Comprova, coalização de mídia dedicada à verificação de informações apócrifas (boatos), coordenada pela Abraji e que está em sua segunda edição. O projeto foi idealizado e desenvolvido pelo First Draft com a colaboração de Projor, Google News Initiative e Facebook Journalism Project. “Em nosso contato com os pesquisadores do First Draft, aprendemos a evitar o uso do termo fake news por alguns motivos. O principal é que ele foi sequestrado por alguns políticos, principalmente os autoritários, para classificar tudo aquilo que os desagrada”, apontou Bramatti.
Segundo o presidente, a terminologia não dá conta da complexidade do fenômeno da desinformação e, ao usá-la, corre-se o risco de igualar conteúdos falsos não maliciosos, como sátiras, àqueles que têm intenção de causar dano.
A Abraji, representada na CPMI na figura do presidente, não considera a judicialização o caminho adequado para combater a desinformação. “Sempre que houve uma oportunidade para combater esse fenômeno com lei e com justiça, o jornalismo saiu prejudicado”, disse. Bramatti defendeu o importante papel de diversos grupos na checagem de informações e da educação midiática como ferramenta para que os consumidores de notícias possam distinguir fatos de distorções e mentiras.