• 19.05
  • 2017
  • 08:46
  • Mariana Gonçalves

Liberdade de expressão

Policial agride jornalistas na Marcha da Maconha em Florianópolis

O jornalista Nícolas David, a estudante de jornalismo Bianca Taranti e o repórter fotográfico Ramiro Furquim foram agredidos por um agente da Polícia Militar na última Marcha da Maconha em Florianópolis, no dia 6.mai.2017. 

Ramiro Furquim, que fotografava uma ação de violência da polícia contra os manifestantes, levou tapas e chutes. Bianca Taranti, que tentava fazer uma transmissão ao vivo pelo celular, levou tapas, teve o telefone tomado, foi agredida verbalmente e atingida por spray de pimenta. Nícolas David também foi estapeado na cabeça. 

Houve um momento em que Ramiro e Bianca estavam encurralados contra a porta de um hotel, nos arredores da marcha, e o policial continuou a agredi-los fisicamente. Ramiro diz que o agente estava “ensandecido”.

O fotógrafo afirma que, embora outros policiais tenham sido vistos em episódios de violência contra manifestantes, apenas um atacou os jornalistas. “Ele baixou a lenha porque a gente tava registrando; um ataque explícito ao exercício da profissão”, diz Ramiro. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, o policial foi identificado como cabo Cesar. 

Na ocasião, os jornalistas estavam cobrindo a manifestação pela Estopim, revista eletrônica alternativa de Santa Catarina. Por volta de 14 horas, o percurso da marcha foi alterado – os manifestantes não passaram pela Rua Jerônimo Coelho, conforme apontava a proposta inicial – e a Polícia Militar, que acompanhava o ato, intercedeu. Segundo Furquim, a violência começou quando um dos organizadores da marcha, que tentava negociar com os policiais, foi empurrado pelo cabo Cesar. Outros manifestantes foram agredidos com spray de pimenta e tiros de bala de borracha.

Contatada, a Polícia Militar de Santa Catarina deu declaração sobre a dinâmica da manifestação, afirmando que a marcha não tinha autorização do poder público para ocorrer e que um dos policiais militares foi desacatado durante o ato. Nada foi dito a respeito da agressão aos jornalistas.

Assinatura Abraji