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Policial acusado de matar repórter nega envolvimento no crime durante o júri

Publicado em 28 de agosto de 2014 em em.com.br

O policial Lúcio Lírio Leal, acusado de matar o jornalista investigativo Rodrigo Neto em Ipatinga, no Vale de Aço, negou durante o julgamento, nesta quinta-feira, a autoria do crime contra o repórter. Além de dizer que não participou do assassinato, o investigador afirma que não saberia identificar Rodrigo se o visse na rua. O júri começou por volta de 9h30, teve depoimentos de testemunhas e do réu. Por volta de 12h40, o juiz Augusto Calaes de Oliveira determinou intervalo e à tarde haverá a fase de debates entre promotoria e defesa. 

Lúcio Lírio está preso desde 2013, depois de uma megaoperação da Polícia Civil para investigar o crime contra Rodrigo Neto e outros homicídios relacionados a Região do Vale do Aço. Além do investigador, outro policial Alessandro Neves, o “Pitote”, responde pelo assassinato do repórter. Ele será julgado em uma audiência separada, mas ainda não está marcada a data. Os dois são suspeitos de integrar um grupo de extermínio, o que ainda está sendo apurado. 

Segundo a denúncia do Ministério Público, Alessandro estava na garupa de uma moto pilotada por uma pessoa não identificada quando surpreendeu Rodrigo e disparou várias vezes, atingindo-o na cabeça, no tórax e nas costas. O crime foi no dia 8 de março de 2013. Os dois acusados também são apontados como autores do homicídio do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho, de 43, executado no mês seguinte.

Rodrigo Neto mantinha um programa de plantão policial na Rádio Vanguarda e era também repórter do Jornal Vale do Aço. Ele já havia denunciado, na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina de Belo Oriente e o grupo de extermínio "Moto Verde". Rodrigo produziu várias matérias sobre os casos que incriminavam policiais militares da cidade.

Assinatura Abraji