- 23.10
- 2018
- 09:47
- Rafael Oliveira
Acesso à Informação
Plataforma oferece microdados e análises sobre o sistema prisional
Lançada no final de setembro, a plataforma Carcerópolis cruza dados abertos do Infopen (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias) e oferece um mapa com as todas as unidades prisionais do país.
A iniciativa surgiu da constatação da “má qualidade dos dados do sistema prisional” e da “precariedade do formato dos dados disponibilizados”. “Criamos uma plataforma que ajuda pesquisadores, agentes públicos e jornalistas, e com isso acabamos dando mais visibilidade para as mazelas do sistema prisional e de como a produção de dados precisa ser melhorada”, ressalta Rafael Custódio, coordenador do programa de combate à Violência Institucional da Conectas, ONG responsável pela plataforma.
Segundo a organização, apesar de ser a mais importante pesquisa sobre o sistema carcerário brasileiro, o Infopen tem uma variedade de falhas, incluindo irregularidade na divulgação e a falta de acesso aos microdados que permitiriam uma análise mais profunda.
“O Carcerópolis é muito mais fácil de navegar do que o sistema oficial do Infopen. Além disso, os dados e possíveis cruzamentos de dados estão disponibilizados de maneira mais atrativa e mais fácil de compreender”, afirma Custódio. “Vale dizer que criamos também dois índices inéditos sobre a qualidade dos dado informados pelo Governo, o que ajuda bastante para evidenciar os avanços que precisamos ter na produção e gestão da informação”, completa.
Para o coordenador da Conectas, a plataforma mostra a ausência de dados para criação de políticas públicas adequadas para o sistema prisional brasileiro. “Ao jogarmos luzes sobre o tema, achamos que podemos contribuir para o debate e para que haja mais atenção da sociedade em geral e dos governos com esse imenso contingente de pessoas privadas de liberdade no país”, diz.
Também estão disponíveis análises sobre o crescimento do sistema, o perfil da população prisional, a infraestrutura, e a situação jurídica dos presos, entre outros, oferecendo ao usuário o acesso livre aos microdados que geraram tais análises. O Carcerópolis também reúne publicações e estudos sobre o assunto e conta com um banco de especialistas.