- 14.05
- 2020
- 13:20
- Abraji
Liberdade de expressão
Pichações em Belo Horizonte trazem ameaças a jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais registrou, nesta quinta-feira (14.mai.2020), Boletim de Ocorrência (BO) para apurar os responsáveis por mensagens criminosas deixadas contra profissionais da imprensa. As frases, pichadas em um tapume que cerca uma tenda para atender pacientes com covid-19 no pátio do Hospital das Clínicas, pediam morte aos jornalistas.
Logo cedo, o sindicato da categoria foi acionado sobre uma pichação na qual lia-se: “Jornalista bom é jornalista morto”; “Colabore com a limpeza do Brasil, matando um jornalista e um artista comunista”; e “Jornalista: a pior desgraça do Brasil”. Alessandra Melo, presidente do Sindicato, e Kerison Lopes, presidente da Casa do Jornalista, publicaram um vídeo e pediram as imagens de segurança de câmeras do outro lado da rua para entregar à polícia e tentar identificar os autores.
“Colabore com a limpeza do Brasil, matando um jornalista e um artista comunista”, diz uma das frases (Foto: Divulgação)
Depois da denúncia de crime de ódio, o Sindicato cobriu as frases com cartazes contendo dizeres como “Informação combate pandemia!”, “Jornalista bom é jornalista vivo” e “Em defesa da liberdade de expressão”.
“O Brasil vive hoje uma escalada de violência contra os jornalistas, que é estimulada pelo presidente da República, que tenta sempre tirar a credibilidade da imprensa. Algo que já acontecia mas que tem se acirrado por causa das medidas de confinamento”, afirma Alessandra Melo.
Tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, manifestantes contrários ao isolamento social durante a pandemia têm ameaçado e agredido repórteres, como foi discutido no debate on-line da Abraji sobre segurança dos jornalistas.
Em 03.mai.2020, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Abraji e o Observatório da Liberdade de imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiram nota sobre os ataques covardes a repórteres que faziam a cobertura de manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em outros atos, em São Paulo e Porto Alegre, também foram registrados cercos, ofensas e hostilidades.
Frases colocadas pelo Sindicato por cima das ofensas a jornalistas (Foto: Divulgação)