- 21.12
- 2022
- 15:00
- Abraji
Liberdade de expressão
PF prende Colômbia novamente e pede sua transferência para presídio de segurança máxima
Foto: Colômbia - preso em Tabatinga - Divulgação.
Ruben Villar, o Colômbia, suspeito de envolvimento no duplo homicídio do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, foi preso novamente pela Polícia Federal nesta terça-feira (20.dez.2022). Ele era considerado foragido pela Justiça Federal porque descumpriu as condições impostas pela concessão de liberdade provisória. Detido pela primeira vez em julho, Colômbia havia sido solto três meses depois, no dia 6.out.2022, após pagar fiança de R$ 15 mil, e deveria ter permanecido em prisão domiciliar. Desta vez, para evitar nova fuga, a PF vai solicitar que ele seja transferido para um presídio federal de segurança máxima.
Matéria publicada pelo G1 noticiou que, no dia 6.dez.2022, um oficial da Justiça procurou por Colômbia na casa em que o suspeito havia dito que morava, mas foi informado pela possível dona do imóvel de que ele não residia no local. Segundo o juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal de Tabatinga (AM), essa informação consta em uma certidão do próprio oficial. A matéria pontua ainda que, de acordo com a decisão, não foi notificado uso de tornozeleira eletrônica, uma das condições da liberdade provisória, por parte do acusado.
Colômbia responde ainda a um processo criminal por liderar uma associação criminosa que pratica pesca ilegal no Vale do Javari. Conforme a Abraji divulgou no dia 7.jul.2022, ao ser informado de que era investigado por ligação com os homicídios do jornalista britânico, do indigenista e também do ex-colaborador da Funai Maxciel Pereira, Colômbia se apresentou às autoridades e foi detido, em flagrante, portando documentos falsos. Foi verificado que o suspeito teria três identidades: uma brasileira, uma colombiana e outra peruana.
Bruno e Dom foram assassinados em 5.jun.2022. O principal suspeito do duplo homicídio, Amarildo Oliveira, o Pelado, foi transferido em novembro para uma prisão federal de segurança máxima em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Outros dois suspeitos do crime foram denunciados em julho pelo Ministério Público Federal: Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. Além do duplo homicídio, Dos Santos e Pelado da Dinha foram denunciados por ocultação de cadáver.
A morte do jornalista britânico foi a quinta incluída no Programa Tim Lopes, iniciativa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Dom Phillips acompanhava o indigenista em uma expedição pelo Vale do Javari. O correspondente, colaborador de longa data do jornal The Guardian, estava escrevendo um livro sobre como salvar a Amazônia, no qual fazia referência a violações de direitos humanos na região.