- 29.10
- 2015
- 14:57
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Pesquisa quer saber como profissionais da imprensa reagem a temas como controle editorial, regulação da mídia e acesso à informação; questionário já está disponível
Está disponível aos jornalistas brasileiro um questionário que visa identificar o que pensa a categoria sobre pressões editoriais provenientes de interesses alheios ao bem-público. A pesquisa nacional vem sendo organizada pelo grupo de pesquisa Comunicação e Democracia, do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e é promovida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e sindicatos de jornalistas.
“A intenção é identificar e mensurar em que grau as redações brasileiras são afetadas por relações de poder com grupos políticos e econômicos e compreender de que forma os profissionais de comunicação reagem a essas interferências externas à lógica da prática jornalística”, explica o coordenador do projeto professor Mário Messagi Jr.
O questionário está sendo aplicado em todo Brasil por meio de formulário online até o dia 7 de dezembro de 2015. O roteiro é anônimo, composto de 50 perguntas e pode ser respondido em aproximadamente 10 minutos. A intenção dos pesquisadores é ouvir cerca de 2.800 jornalistas de todo Brasil.
Acesse o link da pesquisa: http://j.mp/liberdadejornalistica
Dados do Paraná
Em uma pesquisa prévia local, realizada em 2013, os dados revelaram que grande parte dos profissionais está sujeito a pressões comerciais e políticas na rotina das redações. A maior parte tende a se submeter a infrações éticas a fim de preservar as relações de trabalho e o próprio emprego, já que se sentem desprotegidos.
De acordo com os resultados, 88,6% dos jornalistas percebe, em alguma medida, a interferência editorial originada de critérios não-jornalísticos (interesses político-econômicos, por exemplo); 74,3% já realizou pauta “recomendada” (instrução para escrever reportagem de acordo com interesses do veículo enquanto empresa) e 55,7% não concordam com as pressões, mas mesmo assim administram o impasse “com cautela”, sendo que 8,5% obedece a esse tipo de ordem para manter emprego. Outra conclusão importante diz respeito a autocensura.
Prevendo o corte de textos inadequados a linha editorial do veículo, os profissionais tendem a antecipar a censura. Ao menos 70% já deixou de publicar determinado assunto prevendo o corte.
Apoio
A pesquisa sobre liberdade de informação busca amostragem equivalente a Pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro, desenvolvida pela UFSC em 2012, sob coordenação do professor Jaques Mick. Na ocasião, foram levantados dados demográficos sobre a classe jornalística brasileira. Além da Fenaj e sindicatos, a pesquisa também conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas. Os relatórios estarão disponíveis posteriormente para análise dos dados.
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