• 04.09
  • 2012
  • 14:16
  • Marina Iemini Atoji

Para vice-presidente da Abraji, jornalismo de dados é ferramenta para o controle da corrupção

 

Da esquerda para a direita: Claudio W.Abramo, Roberto Livianu e José Roberto de ToledoOs dados "mentem muito menos do que os políticos". Com essa constatação, o vice-presidente da Abraji e colunista do jornal O Estado de S.Paulo José Roberto de Toledo considera que a qualificação do jornalista para tratar e analisar dados é fundamental para a atuação da imprensa no controle da corrupção.

O especialista em Reportagem com Auxílio do Computador (RAC) afirmou que, com a crescente disponibilização de informações públicas, "os poderosos agora ocultam seus segredos misturando-os aos milhões de dados relevantes". "Se nós jornalistas não soubermos separar, filtrar e tratar esses dados para expor esses segredos, estaremos fadados à extinção", disse Toledo.

O tema foi abordado durante o seminário "Controle da Corrupção", realizado hoje (3.set.2012) em São Paulo pelo Ministério Público Democrático (MPD) com o apoio da Abraji. Toledo dividiu o segundo painel do evento com Claudio Weber Abramo, da Transparência Brasil, e Roberto Livianu, ex-presidente do MPD.

Toledo lembrou que a Transparência Brasil, ONG da qual Abramo é diretor-executivo, foi pioneira na disponibilização sistemática de dados públicos, como arrecadações de campanhas eleitorais.

Abramo, por sua vez, também considera a imprensa um dos meios de controle da corrupção, por ser uma das responsáveis pela cobrança por informações públicas. Segundo ele, "o direito de acesso a informações públicas só é efetivado a partir do momento em que há demanda. O Estado não vai informar nada se não for questionado", disse.

O governador Geraldo Alckmin, o secretário de Negócios Jurídicos de São Paulo Claudio Lembo e o vice-presidente da OAB-SP Marcos da Costa estiveram presentes na abertura do evento. Entre os debatedores, estavam o corregedor-geral da Justiça José Renato Nalini, o presidente da Corregedoria-Geral do Estado de São Paulo Gustavo Ungaro, a professora Maria Tereza Sadek, o filósofo Mário Sérgio Cortella, o historiador Matthew Shirts, o jornalista Marcelo Soares e o advogado Belisário dos Santos Júnior.

 

Assinatura Abraji