• 19.05
  • 2007
  • 11:37
  • Murilo Machado – estudante de jornalismo da Cásper

Para montar bancos de dados é preciso noções de organização de arquivos

Fernando Rodrigues e Marcelo Soares apresentaram, na tarde de sexta-feira do 2º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, técnicas para que dados arquivados possam facilitar na apuração de determinado assunto, bem como a própria organização do trabalho jornalístico.

 

Com uma apresentação baseada em conceitos básicos, programas úteis, dicas e exemplos de banco de dados, Fernando Rodrigues salientou que a tecnologia é uma grande aliada, mas, sozinha, não basta, já que bons bancos de dados dependem de pessoas organizadas e de métodos pessoais. Isso só é possível quando se compreende a importância da organização, pois ela demanda tempo e energia. Eis a razão de a pergunta “para que desejo arquivar?” ser essencial antes de qualquer tentativa. Se a Era Digital permite que documentos sejam localizados e analisados a qualquer momento, parte dos arquivos podem-se tornar dispensáveis.

 

O palestrante, ao apontar alguns softwares úteis, ressaltou que ter noções básicas de organização de arquivos e compreender o funcionamento de ao menos um dos programas mais populares são o ponto de partida do processo. Ao tratar de qualquer tipo de organização em um computador regido pelo windows, o usuário não deve ter receios de criar sub-pastas sempre que se deparar com um assunto cujo número de referências seja relevante. Entre os programas populares exemplificados, Fernando citou: Excel, Access, SQL Server, Folio Views e o Outlook.

 

Como exemplo, foi mencionado o site http://www.politicosdobrasil.com.br, com bancos de dados elaborados pelo palestrante que abordam informações dos políticos que se candidataram às eleições de 1998, 2002 e 2006.

 

Marcelo Soares, por sua vez, evidenciou a importância da classificação de informações, já que o mundo é composto de dados que derivam de todos os lugares. Dessa forma, analisou comparativamente as informações colhidas através dos bancos de dados e das fontes humanas. Ao passo que estas podem fornecer dados de acordo com interesses particulares, aquelas são exatas, precisas, além de não considerarem a quem estão se dirigindo.

 

Entretanto, Soares recomendou que se tomassem alguns cuidados com a utilização dos bancos de dados. Primeiro, é preciso saber como são montados e, em seguida, deve-se levar em conta que a máquina só responde exatamente aquilo sobre o que foi questionada. Perguntas erradas ou confusas podem gerar respostas igualmente erradas ou confusas.

Por fim, por ser editor do site Transparência Brasil (http://www.transparencia.org.br) , o palestrante citou como exemplo o Projeto Excelências. Trata-se de um banco de dados que tem por função angariar perfis de deputados. Inaugurado em agosto de 2006, o projeto disponibiliza, entre outras informações, dados biográficos de patrimônio, presenças em plenário e financiamento das campanhas.

Assinatura Abraji