- 26.04
- 2012
- 16:09
- Karin Salomao
Palestrante do 7° Congresso da Abraji lança guia para proteção de jornalistas
O jornalista Frank Smyth, fundador da Global Journalists Security e conselheiro sênior do Comitê para Proteção de Jornalistas, elaborou um guia para a segurança dos profissionais da comunicação ao redor do mundo. Smyth será palestrante no 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Ele contará sua experiência em coberturas de conflitos armados e em diversos órgãos responsáveis por garantir a segurança do jornalista. Sua palestra,“Medidas de proteção para jornalistas em coberturas de conflito armado ”, está programada para a quinta-feira, 12 de julho, às 9h. À mesa também estarão os palestrantes Marcelo Moreira (TV Globo/Abraji), João Paulo Charleaux (Conectas Direitos Humanos) e Rodney Pinder (International News Safety Institute/Inglaterra).
O guia (que pode ser lido integralmente aqui, em inglês) foi elaborado para auxiliar no trabalho dos jornalistas em um mundo em mudanças. “O mundo é um lugar cada vez mais perigoso para jornalistas”, diz o guia. Dezenas de jornalistas são, todo ano, atacados, ameaçados ou perseguidos. Mais de 30 jornalistas são assassinados por ano e os crimes ficam impunes em 9 de cada 10 casos. Mais de 150 repórteres estão atrás das grades, alguns sem nem sequer terem sido julgados. Ao longo da profissão, jornalistas ainda enfrentam estresse emocional ao lidar com histórias de dor e morte.
O modelo de negócios de notícias também é diferente. O corte nas redações abriu espaço para mais freelancers reportarem do front das histórias, sejam notícias sobre trânsito local ou tsunamis, conflitos armados e crime organizado. Alguns profissionais independentes são totalmente responsáveis por si mesmos e por sua segurança, preparação e equipamento – e o guia elaborado por Smyth pode ser um grande aliado desse repórter.
Além disso, o livro também lembra o papel das novas tecnologias para o trabalho jornalístico. Tecnologias digitais auxiliam não só o recebimento, mas também o envio de reportagens ao redor do mundo. Há riscos, no entanto, no fluxo de informações digitais.
Neste mundo em mudança, “jornalistas em qualquer lugar precisam cuidar de si e dos outros mais do que nunca, agora”, afirma Smyth na página inicial do guia, que é voltado tanto a jornalistas locais quanto a correspondentes internacionais, com qualquer nível de experiência. Os 10 capítulos descrevem como se preparar para as primeiras coberturas ao redor do mundo, oferecem informações para jornalistas no meio da carreira, que estão voltando ao campo de conflito e conselhos em assuntos complexos, como segurança digital e como avaliar as ameaças. Segundo o guia, nunca houve tantos tipos de jornalistas reportando em tantas plataformas diferentes. Porém a preparação e o cuidado deve ser o mesmo para todos.