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País perde com morte de cinegrafista, diz sindicato dos jornalistas do Rio; Abraji aponta 117 casos de violência
Publicado no R7 em 10 de fevereiro de 2014
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio, Paula Máiran, disse nesta segunda (10) que toda a sociedade perde com a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. O jornalista foi atingido na cabeça por um artefato explosivo durante a cobertura de uma manifestação na última quinta-feira (6) e teve morte cerebral no Hospital Souza Aguiar.
— É toda a sociedade que perde com a morte do Santiago. Isso representa um atentado a um pilar da democracia. Todo jornalista é um defensor dos direitos da população e dos direitos humanos. É um contrassenso um atentado a um jornalista. A sociedade tem que se unir a nós. Os movimentos de direitos humanos têm que se unir a nós nesse momento, e se aliar na luta em defesa do nosso papel, que é fundamental para melhorar a nossa sociedade.
De acordo com a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), houve 117 casos de agressão a jornalistas desde a onda de manifestações que começaram em junho de 2013. Santiago é o primeiro profissional da imprensa a morrer em decorrência de um protesto.
Segundo Máiran, desde o início das manifestações nas ruas da cidade, em junho do ano passado, ao menos 50 jornalistas ficaram feridos. O sindicato defende o uso de equipamentos de proteção individual e o direito de jornalista de se recusar a fazer coberturas que coloquem em risco sua integridade física. De acordo com a presidente do sindicato, o Estado também precisa garantir a segurança das ruas.
Em nota, a diretoria da Abraji informou que "lamenta a morte cerebral do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade confirmada nesta segunda-feira e se solidariza com familiares, amigos e colegas do profissional".
Segundo a associação, desde junho de 2013, ele têm alertado para a escalada de violência e violações contra profissionais da imprensa. "Desde que esta onda de protestos começou até o anúncio da morte de Santiago Ilídio Andrade, houve 117 casos de agressão, hostilidade - tanto por manifestantes quanto por policiais - ou detenção de jornalistas. A violência sistemática contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. É preciso que o Estado (Executivo e Judiciário) identifique, julgue e puna os responsáveis pelos ataques."
![Assinatura Abraji Assinatura Abraji](/assets/assinatura-9fcf294495a3616c4d089756bd1d97638e2fbee011b99ec2e9947325e993f518.png)