- 17.09
- 2019
- 08:00
- Natália Silva
Liberdade de expressão
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Os trabalhos brasileiros indicados ao Prêmio Gabo 2019
Doze trabalhos brasileiros foram indicados ao Prêmio Gabo, que desde 2013 reconhece trabalhos jornalísticos criativos e inovadores. O prêmio foi criado pela Fundação Gabo para suceder o Prêmio Nuevo Periodismo Cemex+FNPI, que foi promovido entre 2000 e 2010.
Em 2019, 55 jurados avaliaram 1.730 trabalhos e selecionaram os 40 melhores. Quatro brasileiros participaram da escolha dos indicados, um em cada categoria: Fernanda Diamant em texto; Caio Cavechini em imagem; Marcelo Beraba, um dos fundadores e conselheiro da Abraji, na categoria de cobertura; e Pedro Doria em inovação.
Trabalhos feitos por jornalistas e publicados em veículos brasileiros estão presentes em todas as categorias.
Os vencedores serão anunciados durante o 7º Festival Gabo, que acontece entre os dias 2 e 4.out.2019 em Medellín, na Colômbia, e reúne jornalistas do mundo todo para discutir os rumos da comunicação da América Latina.
Categoria texto
A revista piauí teve dois indicados nesse grupo: em “A vizinha” Armando Antenore, editor da revista, conta a inquietante história de um casal que dorme na porta de seu edifício, localizado em Copacabana; Fábio Victor escreveu um perfil de Hamilton Mourão, atual vice-presidente do Brasil.
Leticia Mendes traçou um perfil das vítimas de feminicídio do Rio Grande do Sul, que somaram 62 mulheres em 2018. A reportagem “O assassino mora ao lado” foi publicada no jornal Zero Hora.
Categoria imagem
Assim como na categoria texto, três produções brasileiras estão entre os finalistas na categoria imagem: os registros da fotógrafa Adriana Zehbrauskas da caravana migrante que cruzou o México rumo aos Estados Unidos, publicados na Revista Zum; o documentário “As duas tragédias de Marielle Franco”, o jornal O Globo; e o mini documentário feito pelo Canal Futura sobre acusações de violência contra indígenas cometida por grupos religiosos.
Categoria cobertura
Quatro das dez produções indicadas nessa categoria são brasileiras.
A Folha de S. Paulo foi nomeada pela “Crise do Clima”, que mostra os impactos das mudanças climáticas em três continentes. O Jornal do Commercio foi escolhido pelo trabalho #UmaPorUma, que realizou uma cobertura aprofundada dos feminicídios que aconteceram em Recife (PE) durante 2018 - o trabalho foi dividido em duas partes, disponíveis aqui e aqui. A cobertura feita pela TV Globo do escândalo sexual envolvendo Fernando de Carvalho Lopes, ex-treinador da Confederação Brasileira de Ginástica, foi indicada ao prêmio, assim como o especial sobre a fome no Brasil da Agência Pública.
Categoria inovação
O Rui Barbot, robô criado pela JOTA para monitorar o tempo que o Supremo Tribunal Federal leva para julgar casos e publicar no Twitter aqueles que estão parados há muito tempo, representa o Brasil na categoria inovação ao lado da reportagem especial “O Fim de uma Facção”, do Intercept Brasil.
O Festival Gabo
Cinco jornalistas brasileiras compõem a grade de programação do Festival. A fotojornalista Luisa Dörr, especializada em retratos, fala sobre como é possível captar a essência das pessoas em imagens. Luiza Bandeira e Cristina Tardáguila compartilham suas valiosas experiências em checagem de fatos. Paula Scarpin conta como criar um podcast na América Latina e Fernanda Diamant conversa com o neurocientista Sidarta Ribeiro, também brasileiro, sobre a ciência por trás dos nossos sonhos. O jornalista Pedro Doria fala sobre sua experiência no comando da startup Meio, responsável pela newsletter homônima.
As inscrições para o festival estão abertas e a participação nas mesas é gratuita, condicionada à lotação do local. É preciso preencher um formulário on-line.