Organizações da sociedade civil cobram autoridades no caso de jornalista atacado por coronel da PM no Pará
  • 03.05
  • 2023
  • 16:00
  • Abraji

Liberdade de expressão

Organizações da sociedade civil cobram autoridades no caso de jornalista atacado por coronel da PM no Pará

Foto de capa: Reprodução/Instagram/Sindicato de Jornalistas

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e outras três organizações da sociedade civil enviaram nesta quarta-feira, 03.mai.2023, ofícios para autoridades de segurança e para o procurador-geral de Justiça (PGJ) do Pará, cobrando providências no caso do jornalista Kleyton Silva, atacado pelo coronel Leonardo Franco, chefe do Gabinete Militar do Ministério Público do Pará (MPPA).

Silva fazia a cobertura da cerimônia de posse do procurador-geral de Justiça, César Bechara Nader Mattar Júnior, quando, sem sua permissão, teve a mochila revistada pelo coronel, que é chefe da segurança do PGJ. O fato foi informado para a assessoria de comunicação do MPPA, que colocou o jornalista diante do coronel, que negou a ação.

Silva contou que, após concluir seu trabalho e deixar o centro de convenções do evento, foi seguido por dois seguranças até chegar em seu carro. Os homens o impediram de sair com o veículo, até que Franco chegou na cena, vestido à paisana, e se juntou aos seguranças que bloqueavam a saída e atacaram o carro, tentando quebrar o vidro da janela. De dentro do veículo, Silva teria conseguido ligar pedindo ajuda, o que inibiu a ação dos agressores, que passaram a ameaçá-lo e dizer que iriam encontrá-lo.

O jornalista retornou ao centro de convenções por temer estar sendo seguido, onde foi novamente atacado pelo coronel que tentou lhe dar voz de prisão, o que foi impedido por promotores de Justiça que estavam no local.

Os fatos foram registrados em boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil, e uma representação contra o coronel foi apresentada ao Ministério Público Militar do Pará. Ambas as iniciativas aguardam andamento das autoridades competentes.

O secretário de Segurança Pública do Pará e o promotor de Justiça Militar responsável pelo caso foram questionados em ofício pelas organizações, que afirmam que “é fundamental o combate à impunidade em casos emblemáticos como o que sofreu Kleyton Silva, em especial por se tratar de um agressor que é funcionário público e que deveria contribuir para a segurança de todos, inclusive dos trabalhadores da imprensa.”

O PGJ também foi oficiado com um pedido de posicionamento público “condenando os atos praticados durante uma cerimônia oficial e por pessoa que desempenha função pública”. As autoridades ainda não responderam às solicitações das entidades de imprensa. 

Assinam o ofício conjunto a Abraji, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), o IVH (Instituto Vladimir Herzog) e o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social.

Assinatura Abraji