- 05.08
- 2004
- 15:06
- MarceloSoares
Organização e Planejamento
[i]Originalmente publicado em www.journalism.org
Tradução de Marina Della Valle[/i]
Muitos dos jornalistas consultados pelo Comittee for Concerned Journalists em mesa-redonda sobre a cobertura de eleições disseram que a reportagem política é muito reativa. Isso deixa os jornalistas vulneráveis à manipulação. Causa superficialidade e trabalha contra a preocupação com detalhes. Isso faz com que os jornalistas confiem na forma mais familiar de fazer as coisas, o que normalmente passa do sinal ou desestimula a audiência. Aqui estão algumas idéias para não ser pego de calças curtas.
[b]1. Planeje e siga o plano[/b]
[i]David Yepsen, editor de política do Des Moines Register[/i]
Com que freqüência você pode planejar a cobertura de um setor para os próximos seis meses, ou três meses, ou um mês? Campanhas políticas são uma oportunidade de fazer isso (embora muitas outras editorias possam se beneficiar tanto quanto ou ainda mais). Yepsen sugere a criação de um plano para melhorar a cobertura. Discuta a campanha inteira com seus colegas. Quais são os assuntos você quer estar certo de que irá cobrir? De que seu público precisa, e quando? Quais serão as questões-chave da campanha? Faça um plano detalhado das reportagens que você quer escrever. Ganhe flexibilidade. Aí, diz Yepsen, SIGA O PLANO. Não o abandone. Não se esqueça de todas as boas idéias que você teve no começo.
[b]2. Como você vai tratar reportagens políticas de agências?[/b]
A maioria das empresas jornalísticas usa agências de notícias para cobrir campanhas nacionais, mas e se seus padrões forem diferentes quanto a créditos, fontes anônimas e verificação? Converse sobre a forma como essas reportagens serão usadas. Qual é a orientação de sua empresa sobre alegações que surgem nas agências e não foram checadas por você? E se uma história produz grandes manchetes pelo país inteiro, mas tem pouco impacto na sua comunidade? Você a reproduz como é, não a usa ou a segura até que ache o ângulo local?
[b]3. Mantenha arquivos[/b]
[i]Ron Brownstein, repórter de política do LA Times[/i]
A amnésia é uma das grandes fraquezas do jornalismo. Veja como um repórter de política talentoso tenta superar isso: mantendo um banco de dados detalhado e bem organizado com anotações de reportagens antigas, discursos e outros documentos. A memória é uma ferramenta poderosa, mas tem falhas. Arquivos podem ser um belo diferencial competitivo. Uma informação sobre um candidato ou autoridade pode oferecer um importante contexto histórico para uma reportagem futura. Brownstein acredita que um bom banco de dados é uma de suas mais importantes ferramentas jornalísticas. Ele gosta de escrever sobre como novas idéias se encaixam na história ideológica do partido. Seus arquivos o ajudam a fazê-lo. Quando (o deputado republicano norte-americano) Dick Gephardt mostrou seu plano sobre saúde para a campanha de 2004, Brownstein resolveu comparar a proposta às que haviam sido apresentadas pelos candidatos no passado. Seus arquivos lhe deram respostas reveladoras e uma grande reportagem. O projeto de Gephardt custaria mais que o dobro do mais caro deles (apresentado por Al Gore em 2000). A NBC News aprendeu uma lição semelhante criando um arquivo de vídeos de políticos. Quando era vice-presidente, George Bush tentou negar que houvesse chamado de “economia vodu” a política econômica pró-industriais (que dominou o Partido Republicano desde a eleição de Reagan em 1980). O arquivista da NBC achou a fita e a emissora pôs uma reportagem no ar. Ela mostrava Bush, como vice-presidente, dizendo: “Eu nunca disse isso”. Corta para a fita de George Bush como candidato. “Eu chamo isso de economia vodu”, Bush diz. “O que foi, senhor vice-presidente?”, diz a voz do correspondente. “Eu a chamo de economia vodu”, diz o candidato Bush. O então vice-presidente, famoso por seus bilhetes, mandou um à emissora. Dizia: “NBC 1. George Bush 0”.
Tradução de Marina Della Valle[/i]
Muitos dos jornalistas consultados pelo Comittee for Concerned Journalists em mesa-redonda sobre a cobertura de eleições disseram que a reportagem política é muito reativa. Isso deixa os jornalistas vulneráveis à manipulação. Causa superficialidade e trabalha contra a preocupação com detalhes. Isso faz com que os jornalistas confiem na forma mais familiar de fazer as coisas, o que normalmente passa do sinal ou desestimula a audiência. Aqui estão algumas idéias para não ser pego de calças curtas.
[b]1. Planeje e siga o plano[/b]
[i]David Yepsen, editor de política do Des Moines Register[/i]
Com que freqüência você pode planejar a cobertura de um setor para os próximos seis meses, ou três meses, ou um mês? Campanhas políticas são uma oportunidade de fazer isso (embora muitas outras editorias possam se beneficiar tanto quanto ou ainda mais). Yepsen sugere a criação de um plano para melhorar a cobertura. Discuta a campanha inteira com seus colegas. Quais são os assuntos você quer estar certo de que irá cobrir? De que seu público precisa, e quando? Quais serão as questões-chave da campanha? Faça um plano detalhado das reportagens que você quer escrever. Ganhe flexibilidade. Aí, diz Yepsen, SIGA O PLANO. Não o abandone. Não se esqueça de todas as boas idéias que você teve no começo.
[b]2. Como você vai tratar reportagens políticas de agências?[/b]
A maioria das empresas jornalísticas usa agências de notícias para cobrir campanhas nacionais, mas e se seus padrões forem diferentes quanto a créditos, fontes anônimas e verificação? Converse sobre a forma como essas reportagens serão usadas. Qual é a orientação de sua empresa sobre alegações que surgem nas agências e não foram checadas por você? E se uma história produz grandes manchetes pelo país inteiro, mas tem pouco impacto na sua comunidade? Você a reproduz como é, não a usa ou a segura até que ache o ângulo local?
[b]3. Mantenha arquivos[/b]
[i]Ron Brownstein, repórter de política do LA Times[/i]
A amnésia é uma das grandes fraquezas do jornalismo. Veja como um repórter de política talentoso tenta superar isso: mantendo um banco de dados detalhado e bem organizado com anotações de reportagens antigas, discursos e outros documentos. A memória é uma ferramenta poderosa, mas tem falhas. Arquivos podem ser um belo diferencial competitivo. Uma informação sobre um candidato ou autoridade pode oferecer um importante contexto histórico para uma reportagem futura. Brownstein acredita que um bom banco de dados é uma de suas mais importantes ferramentas jornalísticas. Ele gosta de escrever sobre como novas idéias se encaixam na história ideológica do partido. Seus arquivos o ajudam a fazê-lo. Quando (o deputado republicano norte-americano) Dick Gephardt mostrou seu plano sobre saúde para a campanha de 2004, Brownstein resolveu comparar a proposta às que haviam sido apresentadas pelos candidatos no passado. Seus arquivos lhe deram respostas reveladoras e uma grande reportagem. O projeto de Gephardt custaria mais que o dobro do mais caro deles (apresentado por Al Gore em 2000). A NBC News aprendeu uma lição semelhante criando um arquivo de vídeos de políticos. Quando era vice-presidente, George Bush tentou negar que houvesse chamado de “economia vodu” a política econômica pró-industriais (que dominou o Partido Republicano desde a eleição de Reagan em 1980). O arquivista da NBC achou a fita e a emissora pôs uma reportagem no ar. Ela mostrava Bush, como vice-presidente, dizendo: “Eu nunca disse isso”. Corta para a fita de George Bush como candidato. “Eu chamo isso de economia vodu”, Bush diz. “O que foi, senhor vice-presidente?”, diz a voz do correspondente. “Eu a chamo de economia vodu”, diz o candidato Bush. O então vice-presidente, famoso por seus bilhetes, mandou um à emissora. Dizia: “NBC 1. George Bush 0”.