• 11.03
  • 2013
  • 13:32
  • EFE

ONG cobra investigação do papel da polícia em morte de repórter em MG

Publicado em 11 de março de 2013 no Terra

A ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou nesta segunda-feira o assassinato do repórter Rodrigo Neto de Faria, ocorrido na última semana na cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, e pediu às autoridades que apurem o possível envolvimento de policiais neste caso. "Levando em conta a natureza sensível de alguns dos temas que o repórter cobria, a possibilidade de policiais estarem envolvidos no caso deveria ser tratada como uma prioridade", indicou a ONG em comunicado.

Repórter policial, Neto de Faria tinha um programa na Rádio Vanguarda e também era colunista no jornal Vale do Aço, de Ipatinga, cidade onde foi assassinado a tiros na última sexta-feira. No momento em que foi alvejado, o repórter saía de um pequeno bar que costumava frequentar com seus companheiros de trabalho.

O jornalista, casado e pai de um filho, tinha denunciado à polícia que recebia constantes ameaças de morte e, segundo a RSF, sua morte "provavelmente" está relacionada com o trabalho que realizava. "Este assassinato ressalta novamente o extremo perigo que os jornalistas brasileiros sofrem ao investigar casos de corrupção ou o envolvimento do crime organizado no seio das forças de segurança", assinalou a ONG internacional em seu comunicado.

A RSF ressaltou que Neto de Faria é o terceiro repórter assassinado neste ano e também lembrou o caso dos jornalistas André Caramante e Mauri König, que chegaram a deixar o País no último ano por conta de ameaças ligadas ao exercício jornalístico. Segundo a ONG internacional, esses casos representam uma nova prova da necessidade de se desenvolver uma complexa reforma de certas instituições policiais no Brasil, país tido como um dos mais perigosos para o exercício jornalístico.

Assinatura Abraji