Oficina no 20° Congresso ensinou como usar o CruzaGrafos para investigar crimes ambientais e redes de interesse
  • 20.08
  • 2025
  • 08:40
  • Laysa Vitória

Formação

Acesso à Informação

Oficina no 20° Congresso ensinou como usar o CruzaGrafos para investigar crimes ambientais e redes de interesse

Mais de 89 milhões de dados públicos reunidos em uma única plataforma. Entre as fontes, TSE, Ibama, ICMBio, Receita Federal e Portal da Transparência. Com o CruzaGrafos, plataforma da Abraji e Brasil.IO, é possível cruzar diversas fontes de informação e encontrar, por exemplo, empresas ligadas a um político, candidato, figura pública ou qualquer pessoa que seja sócia ou administradora de uma empresa registrada.

As mais recentes atualizações do CruzaGrafos, que inclui novas informações sobre infrações ambientais e incorporação de mapas interativos e dados georreferenciados, permitem investigar empresas multadas por crimes ambientais e seus vínculos com políticos ou doadores de campanha. É possível identificar zonas críticas de desmatamento, associadas a autos de infração e embargos, entre outras pesquisas. 

Como usar a ferramenta CruzaGrafos para investigar crimes ambientais e redes de interesse foi tema de uma das oficinas do 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A mesa foi conduzida pela analista de dados Bruna Menani e o coordenador de projetos da Abraji, Reinaldo Chaves. 

Além de apresentar quais bases de dados compõem a plataforma e o que há de novo na camada ambiental, a oficina mostrou os procedimentos de obtenção e validação dos dados: pedidos de cópias via LAI (Lei de Acesso à Informação), acesso via SEI (Sistema Eletrônico de Informações), conferência no sistema oficial de áreas embargadas e, quando necessário, consulta às planilhas originais (Ibama/ICMBio). 

Também foi demonstrado como aplicar as informações em reportagens investigativas, por exemplo, identificar um “laranja” em áreas embargadas e relacioná-lo a uma empresa ou autor real, com apoio do Cadastro Ambiental Rural, afirmou Chaves.

Sobre os feedbacks da oficina, o coordenador de projetos da Abraji pontuou que os participantes manifestaram interesse em usar o CruzaGrafos para investigar problemas ambientais já conhecidos em seus municípios e estados, pesquisar pessoas e empresas ligadas a casos locais (como fornecedores recorrentes, políticos e doadores, sócios e “laranjas”) e visualizar conexões no grafo para orientar entrevistas e pedidos de informação.

Reinaldo Chaves destaca ainda que é fundamental checar e apurar todas as informações apresentadas na plataforma e ter atenção a empresas e pessoas homônimas, além de entender os limites dos dados públicos. 

Quem é associado(a) à Abraji tem acesso direto à ferramenta utilizando o mesmo e-mail e senha já cadastrados. Confira em https://cruzagrafos.abraji.org.br/.

A cobertura completa da oficina foi feita pela Redação-Laboratório da Oboré. Acesse em: https://congressoabraji.wordpress.com/2025/07/11/novos-dados-do-cruzagrafos-podem-ajudar-jornalistas-a-desmascarar-crimes-ambientais/

* Foto: Gadiel Oliveira

Assinatura Abraji