• 26.09
  • 2016
  • 07:23
  • Agência Pública

Odebrecht em Angola é tema de evento Casa Pública

A Casa Pública promove no dia 15 de outubro um encontro com Rafael Marques de Morais, o jornalista investigativo mais importante da Angola. 

Em entrevista ao vivo, o fundador do Maka Angola, site que denuncia casos de corrupção e violações de direitos humanos no pais africano, vai compartilhar as suas experiências e falar sobre a presença de empresas brasileiras no país. A Odebrecht é a maior empregadora privada de Angola e mantém uma profunda ligação com o governo de José Eduardo dos Santos, que está no poder há 37 anos. 

O evento faz parte da série “Conversas Pública”, entrevistas ao vivo e transmitidas por live streaming com grandes jornalistas sobre temas relevantes do momento. O público também participa, fazendo perguntas.  

A Conversa tem apoio da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativo (ABRAJI), das organizações Conectas, e Business and Human Rights Center, que trabalha em defesa dos direitos humanos, e dos grupos acadêmicos Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Relações Internacionais (Lieri) da UFRRJ e o Observatório dos Países de Língua Oficial Portuguesa (Oplop), da UFF.  

A entrevista será comandada por Natalia Viana, codiretora da Agência Pública que produziu uma série de reportagens em Angola em 2015. Fernando Molica, diretor da ABRAJI, ajudará também a direcionar o papo fazendo a curadoria das perguntas do público. 

Antes da da entrevista, haverá exibição do filme “É Proibido Falar em Angola”, dirigido por Eliza Capai e Natalia Viana. 

No mesmo dia será inaugurada a exposição “Moçambique, estamos juntos”, uma reunião do trabalho do fotógrafo Alexandre Campbell e textos da codiretora da Pública, Marina Amaral, sobre a invstigação que fizeram em Moçambique para o Especial África.

Rafael Marques 

Jornalista há quase 20 anos, Rafael Marques escreveu diversas reportagens de grande impacto. Pela sua matéria “O baton da ditadura”, lançada no ano 2000 no jornal “Publico”, o jornalista foi processado pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos e passou 40 dias na cadeira.

Apesar de bater de frente com o governo, Rafael Marques persistiu. Em seu livro “Diamantes de Sangue: Corrupção e tortura em Angola”, publicado em 2011, ele descreve centenas de casos de tortura e assassinatos cometidas pelos principais generais angolanos, membros do núcelo duro do governo do MPLA, nas zonas de mineração do pais. O livro foi censurado pelo governo Angolano e Marques foi acusado por difamação criminal, voltando a ser preso por alguns dias. Pela investigação, Marques recebeu o prêmio de Liberdade de Expressão da organização britânica Index on Censorship

Entre outros prêmios, o jornalista recebeu o Integrity Award da Transparência Internacional em 2013 e o Geral Loeb Award em 2014.

Programação 

15h- Exibição do filme “É proibido falar em Angola”

16h- Entrevista ao vivo com Rafael Marques de Morais

17h-Happy hour e inauguração da exposição “Moçambique Estamos Juntos”, de Alexandre Campbell


Assinatura Abraji