- 30.08
- 2018
- 13:26
- Rafael Oliveira
Acesso à Informação
Nova plataforma reúne dados sobre violência contra mulheres
O Instituto Patrícia Galvão e o Instituto Avon lançaram em 21.ago.2018 uma plataforma digital focada em contribuir com o enfrentamento às violências praticadas contra as mulheres. A iniciativa, intitulada “Violência contra as Mulheres em Dados”, reúne pesquisas e sínteses sobre o assunto, além de um banco de fontes que pode ser especialmente útil para jornalistas.
“Desde sua criação, o Instituto Patrícia Galvão desenvolve ferramentas para contribuir com os profissionais de imprensa em seu trabalho de informar a sociedade sobre a gravidade da questão da violência contra as mulheres e a urgência em enfrentar o problema, cobrando dos poderes públicos políticas efetivas para esse enfrentamento”, afirma Marisa Sanematsu, coordenadora do projeto.
Os dados, coletados pelo Patrícia Galvão, têm foco na violência doméstica, sexual e online, no feminicídio e na intersecção com o racismo e a LGBTTfobia. Segundo Sanematsu, que também é diretora de conteúdo do Instituto, é consenso entre especialistas que existe uma lacuna quanto à coleta e sistematização dessas informações.
“Além do problema da subnotificação dos casos de violência de gênero, os dados são escassos e desorganizados, ainda não se conseguiu integrar os dados registrados por cada unidade da federação e nem os registros coletados pelos órgãos de segurança, saúde e justiça”, aponta.
Para ela, a escassez de dados atrasa o combate à violência contra a mulher. “Isso prejudica o dimensionamento do fenômeno e a elaboração de indicadores que subsidiem a elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas voltadas para garantir às brasileiras pleno acesso a seu direito a uma vida sem violência”, ressalta.
A plataforma, construída com textos curtos e infográficos compartilháveis em redes sociais, se soma às outras iniciativas do Instituto Patrícia Galvão em relação à violência contra a mulher. Em 2015, a organização lançou o Dossiê Violência contra as Mulheres e no ano seguinte colocou no ar o Dossiê Feminicídio. Mais de uma década antes, em 2004, o Instituto foi pioneiro ao lançar o Portal Violência Mulher, primeira plataforma na internet voltada para subsidiar o trabalho dos jornalistas sobre o tema.
Segundo Sanematsu, o público-alvo da plataforma não são só imprensa, ativistas e especialistas, mas a sociedade em geral. “[Queremos] sensibilizar a todos e todas sobre a gravidade do problema e a urgência de uma mudança na cultura de violência contra as mulheres que banaliza e naturaliza essa prática”, afirma.