- 14.09
- 2009
- 10:21
- José Roberto de Toledo - TOLEDOL, o blog sobre RAC
Nos EUA, limites para jornalistas no Twitter é a regra
New York Times, Wall Street Journal, Washington Post, Associated Press, Los Angeles Times, Bloomberg e ESPN são alguns dos principais veículos de comunicação dos EUA que estabeleceram regras para os posts de seus jornalistas no Twitter e/ou em blogs. Os limites variam, mas de modo geral, proíbem notas que “furem” o próprio veículo e a divulgação de informações internas da empresa (como orientações divulgadas em reuniões da equipe). Nada muito diferente do que a Folha de S.Paulo adotou.
Segundo dois dirigentes do IRE (Investigative Reporters and Editors), o atual diretor-executivo, Mark Horvit, e seu antecessor, Brant Houston, não houve muita reclamação por parte dos jornalistas quando as linhas de conduta foram divulgadas pelas empresas, como se os jornalistas já esperassem por isso. Eles crêem que há uma questão geracional envolvida, que os jornalistas mais veteranos, da geração de papel, são mais acostumados a questões como sigilo e disciplina empresariais do que seus colegas mais jovens, da geração microchip.
Entre as regras mais restritivas nos EUA estão a do canal de esportes ESPN, que simplesmente proíbe seus repórteres e redatores de manterem blogs e websites sobre o assunto que cobrem. Mesmo para expressar suas opiniões esportivas em uma das redes sociais, os jornalistas devem primeiro submetê-la a um supervisor. A versão brasileira do canal, a ESPN Brasil, ao contrário, tem uma das atitudes mais liberais do mercado: todas as suas estrelas mantêm blogs (no próprio portal da ESPN) e twittam à vontade.
Folha é o primeiro jornal do país a restringir twitter de repórteres
Maior jornal impresso do país, a Folha de S.Paulo enviou comunicado a todos os seus jornalistas esta semana criando regras de conduta para a atuação de seus profissionais em blogs e no Twitter. Basicamente, recomenda que os autores não assumam posições em favor de um partido, candidato ou campanha. Também veda a publicação de “furos” nos blogs e no Twitter (nem antes nem depois de o jornal ser distribuído).
No máximo, os jornalistas podem fazer referência ao material exclusivo e publicar um link para a reportagem ou coluna original (aos quais apenas os assinantes da Folha e do UOL terão acesso). A regra é dirigida a todos: jornalistas e colunistas.
A Folha é o primeiro grande veículo de comunicação brasileiro a tentar regular a atuação dos jornalistas em blogs e redes sociais, mas não deve ser o único. A possibilidade de publicar com rapidez criou uma situação inédita e um potencial conflito de interesses entre o jornalista e o veículo para o qual trabalha. Ambos competem, de certo modo, pela atenção do público e pela primazia de informá-lo.
Eis a íntegra do comunicado interno da Folha, assinado pela editora-executiva, Eleonora de Lucena:
“Os profissionais que mantêm blogs ou são participantes de redes sociais e/ou do twitter devem lembrar que:
a) representam a Folha nessas plataformas, portanto devem sempre seguir os princípios do projeto editorial, evitando assumir campanhas e posicionamentos partidários;
b) não devem colocar na rede os conteúdos de colunas e reportagens exclusivas. Esses são reservados apenas para os leitores da Folha e assinantes do UOL. Eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha.”
Segundo dois dirigentes do IRE (Investigative Reporters and Editors), o atual diretor-executivo, Mark Horvit, e seu antecessor, Brant Houston, não houve muita reclamação por parte dos jornalistas quando as linhas de conduta foram divulgadas pelas empresas, como se os jornalistas já esperassem por isso. Eles crêem que há uma questão geracional envolvida, que os jornalistas mais veteranos, da geração de papel, são mais acostumados a questões como sigilo e disciplina empresariais do que seus colegas mais jovens, da geração microchip.
Entre as regras mais restritivas nos EUA estão a do canal de esportes ESPN, que simplesmente proíbe seus repórteres e redatores de manterem blogs e websites sobre o assunto que cobrem. Mesmo para expressar suas opiniões esportivas em uma das redes sociais, os jornalistas devem primeiro submetê-la a um supervisor. A versão brasileira do canal, a ESPN Brasil, ao contrário, tem uma das atitudes mais liberais do mercado: todas as suas estrelas mantêm blogs (no próprio portal da ESPN) e twittam à vontade.
Folha é o primeiro jornal do país a restringir twitter de repórteres
Maior jornal impresso do país, a Folha de S.Paulo enviou comunicado a todos os seus jornalistas esta semana criando regras de conduta para a atuação de seus profissionais em blogs e no Twitter. Basicamente, recomenda que os autores não assumam posições em favor de um partido, candidato ou campanha. Também veda a publicação de “furos” nos blogs e no Twitter (nem antes nem depois de o jornal ser distribuído).
No máximo, os jornalistas podem fazer referência ao material exclusivo e publicar um link para a reportagem ou coluna original (aos quais apenas os assinantes da Folha e do UOL terão acesso). A regra é dirigida a todos: jornalistas e colunistas.
A Folha é o primeiro grande veículo de comunicação brasileiro a tentar regular a atuação dos jornalistas em blogs e redes sociais, mas não deve ser o único. A possibilidade de publicar com rapidez criou uma situação inédita e um potencial conflito de interesses entre o jornalista e o veículo para o qual trabalha. Ambos competem, de certo modo, pela atenção do público e pela primazia de informá-lo.
Eis a íntegra do comunicado interno da Folha, assinado pela editora-executiva, Eleonora de Lucena:
“Os profissionais que mantêm blogs ou são participantes de redes sociais e/ou do twitter devem lembrar que:
a) representam a Folha nessas plataformas, portanto devem sempre seguir os princípios do projeto editorial, evitando assumir campanhas e posicionamentos partidários;
b) não devem colocar na rede os conteúdos de colunas e reportagens exclusivas. Esses são reservados apenas para os leitores da Folha e assinantes do UOL. Eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha.”