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No Twitter, Dilma lamenta morte cerebral de cinegrafista

Publicado no Zero Hora em 10 de fevereiro de 2014

Na tarde desta segunda-feira, a presidente da República, Dilma Rousseff, se manifestou no Twitter sobre a morte cerebral do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, ferido na última semana por um rojão lançado durante manifestação no Rio de Janeiro.

Dilma afirmou no microblog que o fato "revolta e entristece", destacou que a liberdade de manifestação não pode ser usada para atentar contra a vida e disse que determinou à Polícia Federal que apoie as investigações.

Outras manifestações de pesar:

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, também divulgou nota de pesar:

"O governador do estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do cinegrafista Santiago Andrade, que perdeu a vida no exercício profissional do jornalismo", disse.

De acordo com o governador, a liberdade de imprensa "é um bem que deve prevalecer como instrumento para o exercício do direito fundamental à informação". Para ele, o direito de manifestação é fundamental para a democracia, mas condenou a violência durante o protesto e a classificou de inaceitável. "O diálogo entre cidadãos e Poder Público é o caminho para o aprimoramento da sociedade", completou.

O governador concluiu a nota dizendo que a autoria do crime está sendo investigada.

"O Estado se solidariza com a família de Santiago. E busca, observando o devido processo legal, a autoria do crime para que o responsável possa ser submetido à Justiça", disse.

Abraji lamenta o caso

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamentou, em nota oficial, a morte cerebral do cinegrafista. No documento, a entidade informa que "se solidariza com familiares, amigos e colegas do profissional" e cobra a elucidação do crime.

"Santiago foi ferido na cabeça por um rojão na noite de quinta-feira. Ele cobria uma manifestação, na região central do Rio de Janeiro, contra aumento das passagens de ônibus. A investigação da polícia aponta manifestantes como os responsáveis pela compra e disparo do rojão", diz a nota da Abraji.

A entidade relata que a morte do cinegrafista "é o primeiro caso fatal envolvendo jornalistas atacados durante os protestos de rua, mas os incidentes têm se multiplicado".

"Desde junho de 2013, a Abraji alerta para a escalada de violência e violações contra profissionais da imprensa. Desde que esta onda de protestos começou até o anúncio da morte de Santiago Andrade, houve 117 casos de agressão, hostilidade - tanto por manifestantes quanto por policiais - ou detenção de jornalistas. A violência sistemática contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. É preciso que o Estado (Executivo e Judiciário) identifique, julgue e puna os responsáveis pelos ataques", defende a entidade.

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) também divulgou nota em que se diz profundamente consternada" e define como "injustificável, inaceitável e incompreensível o falecimento do cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade".

A entidade acrescenta no documento oficial que "protesta, com todos os meios possíveis, contra a onda de violência gratuita que, aproveitando-se das manifestações democráticas, as transformaram em palco de comportamento reprovável". "Não bastaram os prejuízos causados aos bens públicos e privados, agora agem de maneira brutal contra a vida de um trabalhador", diz a ACRJ, para quem "a liberdade é um bem inatacável".

"A ACRJ não abre mão da luta no sentido da manifestação livre e pacífica de interesses e manifesta sua mais profunda solidariedade à Rede Bandeirantes, à imprensa livre de todo o País, assim como à família do profissional, que acaba se transformando no mártir pela liberdade", conclui a nota.

Assinatura Abraji