No 20° Congresso da Abraji, a defesa da democracia
  • 05.09
  • 2025
  • 08:07
  • Abraji

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No 20° Congresso da Abraji, a defesa da democracia

Na Trilha Democracia do 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, jornalistas nacionais e internacionais compartilharam dicas e debateram sobre a cobertura política, os regimes autoritários, os desdobramentos do 8 de Janeiro e as perspectivas para a disputa eleitoral de 2026. Também discutiram os desafios do uso pleno da Lei de Acesso à Informação (LAI) e a relevância da reparação histórica para a democracia. Confira a seguir os principais destaques das atividades.


Mesa “O julgamento da tentativa de golpe: como cobrir os desdobramentos do 8 de janeiro”
*Foto: Luciana Vassoler

Júlia Duailibi, comentarista da GloboNews; Basília Rodrigues, analista política e diretora da Abraji; Mariana Muniz, jornalista em O Globo e Carolina Brígido, colunista do Estadão, debateram como cobrir os desdobramentos do 8 de Janeiro e o julgamento da tentativa de golpe. 

Elas destacaram que a cobertura exige rigor, contexto histórico e cuidado com a banalização dos ataques à democracia. Para as palestrantes, o desafio da imprensa é duplo: manter o caso vivo na memória pública e não permitir que a resposta institucional seja retratada como “vingança” ou “perseguição”. Confira a cobertura da palestra neste link


Mesa do 20° Congresso da Abraji “Aquecendo os motores: como cobrir política e governo no ano pré-eleitoral?”
*Foto: Luciana Vassoler

Como se preparar para cobrir a corrida eleitoral no ano que vem? Miriam Leitão, comentarista da TV Globo, colocou como um dos principais desafios lidar com a separação entre verdades e mentiras. Para Basília Rodrigues, ante um cenário de fatos cada vez mais instáveis, o fazer jornalístico demandará uma preparação nunca antes requisitada. Além delas, participaram do debate, Fábio Murakawa, analista político do Jota, e Maiá Menezes, vice-presidente da Abraji. 

O foco da mesa foi guiado pelas recentes declarações de Trump sobre a democracia brasileira. Para Murakawa, “pela primeira vez, de uma maneira concreta, a gente pode ter uma tentativa de interferência do Trump e das grandes big techs nas eleições brasileiras”. Confira a matéria sobre a mesa neste link. A transmissão do encontro está disponível no Congresso Online.


Painel “crises democráticas e autoritarismos: caminhos e desafios da cobertura jornalística”
*Foto: Amanda Gouveia

“Parece que somos os vilões por denunciar atividades antidemocráticas. Só estamos falando a verdade, e isso tem um custo: o medo e a retaliação”, afirmou o chefe da cobertura da Casa Branca pelo The Washington Post, Tolu Olorunnipa, durante a palestra “Crises democráticas e autoritarismos: caminhos e desafios da cobertura jornalística”.

Além do jornalista americano, participaram do debate Nelson Rauda Zablah, do El Faro, de El Salvador, e Hugo Alconada Mon, repórter do El País, advogado e escritor argentino. A mediação foi feita por Ana Luiza Albuquerque, repórter de política da Folha de S.Paulo. Eles falaram de sua experiência ao atuar na linha de frente da cobertura de líderes como Donald Trump, Nayib Bukele e Javier Milei. Durante o painel, Alconada compartilhou uma lista de estratégias essenciais para quem cobre regimes autoritários. Acesse as dicas clicando aqui


Palestrantes na mesa “acesso negado? Como ultrapassar barreiras impostas pelo Estado e fazer a LAI funcionar”
*Foto: Amanda Gouvea 

Durante a atividade “Acesso negado? Como ultrapassar barreiras impostas pelo Estado e fazer a LAI funcionar”, especialistas discutiram os desafios da regulamentação e aplicação da LAI nas cidades brasileiras, apresentando estratégias para jornalistas driblarem negativas, utilizarem a lei de forma mais eficiente e pressionarem por mais abertura.

Participaram da mesa Adila Damiani, diretora-executiva da ONG Transparência Capixaba; Bruno Morassutti, cofundador e diretor de Advocacy da Fiquem Sabendo, e Francisco Leali, coordenador de política do Estadão. Para conferir a cobertura completa da mesa, clique neste link.


Painel do 20° Congresso discutiu jornalismo, democracia e reparação histórica
*Foto: Gadiel Oliveira

O jornalismo tem um papel fundamental na recuperação de histórias que o tempo, a censura ou o descaso tentaram apagar. Na mesa “O passado como notícia: jornalismo, democracia e reparação histórica”, Bianca Muniz, jornalista e analista de dados na Agência Pública, e Claudia Báez, mentora da Newsroom AI Catalyst, compartilharam os bastidores do Projeto Escravizadores e da recuperação da memória colombiana.

Elas defenderam a historiografia como instrumento de justiça social e a necessidade de combate à naturalização da violência. Confira a cobertura completa do debate aqui

A cobertura do 20° Congresso foi realizada pela Redação-Laboratório da Oboré, que produziu matérias destacando os principais pontos discutidos nas atividades. O conteúdo completo pode ser acessado no site www.congressoabraji.wordpress.com.

Inscrições para o Congresso online

Ainda dá tempo de assistir as atividades do 20º Congresso da Abraji. O ingresso para a modalidade online é gratuito. Ele dá acesso às mesas transmitidas ao vivo do Teatro ESPM. Os conteúdos ficam disponíveis para acesso até o final de agosto. Faça sua inscrição no site do evento através do link: congresso.abraji.org.br/inscreva-se.

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