Na zona sul de São Paulo, Virada Comunicação debate abordagem jornalística das periferias
  • 06.09
  • 2017
  • 16:09
  • Mariana Gonçalves

Formação

Na zona sul de São Paulo, Virada Comunicação debate abordagem jornalística das periferias

Promovida pela Rede de Jornalistas das Periferias, que reúne treze coletivos de comunicadores da Grande São Paulo, a Virada Comunicação busca apontar caminhos para a abordagem jornalística das periferias urbanas. Com dez horas de atividades entre oficinas de educomunicação, mesas de debate e intervenções artísticas, o evento acontece na próxima semana (16.set.2017) no Centro Cultural Grajaú, em São Paulo.

A Virada é voltada para jornalistas, estudantes e profissionais da comunicação, ativistas e moradores das periferias da Grande São Paulo. Para a organização, o objetivo é ampliar a discussão sobre a conjuntura das periferias e o modo como elas são representadas pela imprensa, além de unir os protagonistas que têm construído outras narrativas possíveis a partir dessas regiões das cidades.

“[O evento] é importante porque representa um marco da organização dos coletivos de mídia das periferias de São Paulo”, diz Thiago Borges, integrante do coletivo Periferia em Movimento e um dos organizadores da Virada. “Ela representa um momento de autoafirmação.”

As mesas de debate, que ocorrem simultaneamente, tratam de temas como educação, cultura, moradia, segurança pública, direito à comunicação, direito à cidade, gênero, entre outros. São 34 palestrantes convidados, incluindo pesquisadores, jornalistas, membros da comunidade e de movimentos sociais. 

Já as oficinas, voltadas para estudantes de comunicação, dividirão os participantes em cinco grupos para cobrir o evento em linguagens jornalísticas diferentes. Antes, haverá a atividade “Quebrando estereótipos”, que discutirá modos de se fazer uma cobertura sem rótulos. A programação de shows e intervenções artísticas será liberada em breve.

“No final do ano passado, a partir das demandas de estudantes, que já nos procuravam para pesquisa, e dos profissionais, que nos contatavam para indicarmos fontes, pensamos que a Virada poderia ser o momento para fazermos uma reflexão e provocação junto a esse público”, conta Borges.

A entrada é gratuita. O período de inscrições foi finalizado, mas é possível se inscrever para a lista de espera (em caso de algum inscrito desistir da participação). Um formulário segue aberto aqui.

Rede de Jornalistas das Periferias

A Rede de Jornalistas das Periferias surgiu em junho de 2016, com o objetivo de promover a informação produzida por e para as periferias da Grande São Paulo. “Esses coletivos cumprem um papel de formação e informação da população, com complemento, conexão e contraponto às narrativas hegemônicas”, afirma Borges. Desde o ano passado, o grupo faz coberturas de temas de cidades. 

Internamente, a Rede também busca se fortalecer realizando formações para os integrantes dos coletivos. “Por questões históricas, fazer jornalismo na periferia é complicado”, diz Borges. “Estar em rede é uma oportunidade para trocarmos conhecimentos, apoiarmos os demais nas dificuldades e nos fortalecermos mutuamente.” Atualmente, os coletivos têm discutido formas de atingir mais público e gerar renda para seus veículos.

Formam a Rede os coletivos Alma Preta, Capão News, Casa no Meio do Mundo, Desenrola E Não Me Enrola, DiCampana Foto Coletivo, DoLadoDeCá, Historiorama, Imargem, Mural – Agência de Jornalismo das Periferias, Periferia em Movimento, Periferia Invisível, TV Grajaú e Nós, Mulheres da Periferia. 

A Virada Comunicação tem o apoio da Fundação Ford, da Fundação Tide Setubal e do Instituto Alana. Para saber mais, acesse o evento no Facebook.

Serviço

Virada Comunicação

Centro Cultural Grajaú

Rua Professor Oscar Barreto Filho, 252, Parque América – São Paulo, SP

16 de setembro, das 9h às 22h

Inscreva-se para a lista de espera aqui

Assinatura Abraji