- 14.07
- 2005
- 12:59
- MarceloSoares
Mulheres ainda sofrem discriminação social
FERNANDA ARANDA - REPÓRTER DO FUTURO
Elas invadiram as universidades e conquistaram cargos de chefia. As mulheres saíram nas ruas em busca de igualdade profissional e travaram uma luta contra o preconceito e a discriminação social. Atualmente, o mercado de trabalho conta com a ascensão cada vez maior da população feminina e apesar da jornada não ter sido fácil, algumas barreiras foram rompidas.
"Sabemos que hoje, comparado com o início da década de 70, há muitas conquistas do feminismo, acompanhadas pelo trabalho do Direitos Humanos. Mas não pode haver ilusão de que o caminho está vencido. Cada avanço conquistado mostra que alguma coisa deve ser melhorada. Um exemplo é a Suécia. Do ponto de vista político, a maior participação feminina ocorre neste país. Em contrapartida, é também lá que acontece a maior incidência de violência doméstica contra a população do sexo feminino" alertou o secretário municipal de São Paulo de direitos humanos José Gregori.
Os números da atualidade paulista revelam mesmo que a batalha das mulheres tem muitos obstáculos a vencer. Segundo o estudo realizado pelo serviço de apoio às vítimas de violência da cidade de São Paulo a maioria das denúncias é das mulheres (58,9%) e dentre elas, 25,33% são estudantes e 23,01% possuem entre 0 e 10 anos.
"A violência é uma das formas mais perversas de discriminação contra a mulher. No Brasil, pesquisas revelam que este tipo de ação violenta compromete 10,5% do Produto Interno Brasileiro (PIB), com gastos de saúde e faltas no trabalho. E grande parte dos crimes acontece no próprio ambiente familiar, o que intimida as denúncias e atrapalha a punição", afirma a psicóloga Tânia Regina Côrrea.
Outro dado que aponta desvantagem da mulher em relação ao homem está no mercado de trabalho. De acordo com último balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ainda que o sexo feminino represente 40,3% da população economicamente ativa (PEA), cerca de 31% delas recebem salários inferiores ao dos homens, embora tenham nível de escolaridade igual ou superior.
A dificuldade aparece também para ingressar ou iniciar um serviço. A médica Luizemir Lago sofreu para conseguir colocar seus planos em prática. "O caminho foi realmente muito complicado", lembrou. Ela decidiu criar uma casa de apoio para usuários e dependentes de drogas e álcool e escolheu um local crítico do bairro da região central da capital para abrigar a instituição.
"Conseguir implantar um plano de ações sociais e de saúde para usuários de drogas, localizado em uma área que até é foi batizada como Cracolândia, não foi uma tarefa simples. Além dos pacientes apresentarem um quadro clínico complexo, houve resistência da sociedade. Ninguém acreditava que uma mulher seria capaz de conseguir administrar um empreendimento com esta finalidade e foi muito difícil conseguir apoio financeiro e credibilidade. Porém, conquistei o respeito e a confiança da comunidade através do trabalho e hoje o Centro completa três anos e é coordenado por 18 pessoas, sendo que 15 são mulheres", disse a médica.
A valorização do trabalho feminino, a igualdade aos privilégios e gratificações dos empregos dos homens e o fim da violência física e moral são os três principais objetivos das entidades feministas que defendem as mulheres contemporâneas. Todos estes assuntos serão abordados no próximo congresso ‘Construindo a igualdade de gênero: a realidade e os desafios para a organização e atuação das mulheres’, realizado entre os dias 13 e 15 de maio.
O evento foi organizado pela Organização Não Governamental União das Mulheres Brasileiras (UMB), com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres de São Paulo, e irá reunir representantes de todos os estados brasileiros. A assessoria de Imprensa da UMB informou que o objetivo “é traçar as novas diretrizes das políticas públicas para a população feminina do Brasil e definir ações homogenias em todo território nacional para mobilizar o poder público e alcançar as metas estabelecidas”.
Elas invadiram as universidades e conquistaram cargos de chefia. As mulheres saíram nas ruas em busca de igualdade profissional e travaram uma luta contra o preconceito e a discriminação social. Atualmente, o mercado de trabalho conta com a ascensão cada vez maior da população feminina e apesar da jornada não ter sido fácil, algumas barreiras foram rompidas.
"Sabemos que hoje, comparado com o início da década de 70, há muitas conquistas do feminismo, acompanhadas pelo trabalho do Direitos Humanos. Mas não pode haver ilusão de que o caminho está vencido. Cada avanço conquistado mostra que alguma coisa deve ser melhorada. Um exemplo é a Suécia. Do ponto de vista político, a maior participação feminina ocorre neste país. Em contrapartida, é também lá que acontece a maior incidência de violência doméstica contra a população do sexo feminino" alertou o secretário municipal de São Paulo de direitos humanos José Gregori.
Os números da atualidade paulista revelam mesmo que a batalha das mulheres tem muitos obstáculos a vencer. Segundo o estudo realizado pelo serviço de apoio às vítimas de violência da cidade de São Paulo a maioria das denúncias é das mulheres (58,9%) e dentre elas, 25,33% são estudantes e 23,01% possuem entre 0 e 10 anos.
"A violência é uma das formas mais perversas de discriminação contra a mulher. No Brasil, pesquisas revelam que este tipo de ação violenta compromete 10,5% do Produto Interno Brasileiro (PIB), com gastos de saúde e faltas no trabalho. E grande parte dos crimes acontece no próprio ambiente familiar, o que intimida as denúncias e atrapalha a punição", afirma a psicóloga Tânia Regina Côrrea.
Outro dado que aponta desvantagem da mulher em relação ao homem está no mercado de trabalho. De acordo com último balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ainda que o sexo feminino represente 40,3% da população economicamente ativa (PEA), cerca de 31% delas recebem salários inferiores ao dos homens, embora tenham nível de escolaridade igual ou superior.
A dificuldade aparece também para ingressar ou iniciar um serviço. A médica Luizemir Lago sofreu para conseguir colocar seus planos em prática. "O caminho foi realmente muito complicado", lembrou. Ela decidiu criar uma casa de apoio para usuários e dependentes de drogas e álcool e escolheu um local crítico do bairro da região central da capital para abrigar a instituição.
"Conseguir implantar um plano de ações sociais e de saúde para usuários de drogas, localizado em uma área que até é foi batizada como Cracolândia, não foi uma tarefa simples. Além dos pacientes apresentarem um quadro clínico complexo, houve resistência da sociedade. Ninguém acreditava que uma mulher seria capaz de conseguir administrar um empreendimento com esta finalidade e foi muito difícil conseguir apoio financeiro e credibilidade. Porém, conquistei o respeito e a confiança da comunidade através do trabalho e hoje o Centro completa três anos e é coordenado por 18 pessoas, sendo que 15 são mulheres", disse a médica.
A valorização do trabalho feminino, a igualdade aos privilégios e gratificações dos empregos dos homens e o fim da violência física e moral são os três principais objetivos das entidades feministas que defendem as mulheres contemporâneas. Todos estes assuntos serão abordados no próximo congresso ‘Construindo a igualdade de gênero: a realidade e os desafios para a organização e atuação das mulheres’, realizado entre os dias 13 e 15 de maio.
O evento foi organizado pela Organização Não Governamental União das Mulheres Brasileiras (UMB), com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres de São Paulo, e irá reunir representantes de todos os estados brasileiros. A assessoria de Imprensa da UMB informou que o objetivo “é traçar as novas diretrizes das políticas públicas para a população feminina do Brasil e definir ações homogenias em todo território nacional para mobilizar o poder público e alcançar as metas estabelecidas”.