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Momento histórico: Elio Gaspari discursa ao ser homenageado

Publicado em 28 de julho de 2014 em Comunique-se

Realizada na última semana em São Paulo, a nona edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo teve o colunista Elio Gaspari, da Folha e de O Globo, como grande homenageado. Conhecido por não conceder entrevistas e nem falar em público, o jornalista discursou para colegas e estudantes de comunicação que lotaram o auditório do campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi. Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, organizadora do evento, José Roberto de Toledo definiu a atitude de Gaspari como “momento histórico”.

Para dar sustentação ao “momento histórico”, Toledo – que também atua no Estadão e na Rede TV – lembrou que até a cerimônia de homenagem da Abraji ter início, Gaspari só tinha falado em “público” uma única vez, em um evento interno de determinado jornal (isso porque tinha recebido ordens de superior para tal). Além do presidente da entidade responsável pelo congresso que foi, na edição 2014, dividida em três dias, a homenagem ao colunista teve o escritor Zuenir Ventura, de O Globo, como mestre de cerimônias. Apresentador que não poupou elogios ao homenageado da vez. “Elio é o grande jornalista da sua e das próximas gerações”.

“A única coisa que nós jornalistas devemos saber é quando o nosso interlocutor está nos fazendo de bobo”, disse Gaspari ao ser convidado a subir ao palco do auditório da Anhembi Morumbi e, assim, consumar o “momento histórico” definido por Toledo. Breve no discurso, mas sem deixar de agradecer pela homenagem e nem deixar de revelar ao público seu bom humor, o colunista enfatizou que não há segredos para dar vida ao bom jornalismo. Ele reforçou que um profissional da área não pode deixar o entrevistado – ou uma fonte – tenha o controle do conteúdo. “Nesses casos, temos duas opções: parar a conversa na hora ou fingir que acreditamos no nosso interlocutor”.

Protagonista de documentário

Produzido pela Abraji em parceria com a João e Maria Doc, documentário com quase 25 minutos foi exibido durante a cerimônia em homenagem a Gaspari. O filme conta com depoimentos de colegas-admiradores do jornalista, como Ancelmo Gois (O Globo), Daniela Pinheiro (revista Piauí) e Xico Vargas (Viva Favela). “Tem uma mão leve” e “melhor do clube” são definições para com o homenageado pela Abraji. A produção também traz informações da vida e da carreira do jornalista nascido em Nápoles (Itália), mas que se mudou com a família para o Rio de Janeiro quando tinha cinco anos.

Assinatura Abraji