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Mario Vargas Llosa recomenda 9 leituras essenciais

Publicado em 10 de Dezembro de 2015 pelo site OvejaNegra.Peru.Com 

Amado, odiado, elogiado e muito criticado, Mario Vargas Llosa, jornalista peruano e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, separou um tempo para recomendar 9 livros que ele considera leitura essencial para todo amante de literatura.

1.Mrs. Dalloway, de Virgínia Woolf

“O embelezamento sistemático da vida, graças à sua refração em sensibilidades requintadas, capazes de sugar a beleza secreta de todos os objetos e de todas as situações, é o que confere ao mundo de Mrs. Dalloway, sua originalidade milagrosa”.

2. Lolita, de Vladimir Nabokov 

“Humbert Humbert conta esta história com as pausas, suspenses, pistas faltas, ironias e ambiguidades de um narrador acostumado com a arte de reavivar, a cada momento, a curiosidade de seu leitor. Sua história é escandalosa, mas não pornográfica, nem sequer erótica. Uma incessante zombaria de instituições, profissões e ocupações, desde a psicanálise - um dos pesadelos de Nabokov - até a educação e a família, permeiam o diálogo de Humbert Humbert”.

3. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad

Um dos livros favoritos do autor, que inspirou o clássico do cinema de guerra “Apocalipse Now”, uma das obras-primas do diretor Francis Ford Coppola. “Poucas histórias conseguiram expressar como essa, a maneira sintética e cativante do mal, entendido em suas conotações metafísicas individuais e em suas projeções sociais”..

4. Trópico de Câncer, de Henry Miller

Umas das obras-primas da literatura americana contemporânea, do mestre da evocação. “O narrador personagem de Trópico de Câncer é a grande criação do romance, o sucesso supremo de Miller como romancista. Esse Henry obsceno e narcisista, que despreza o mundo, solícito só com seu falo e suas entranhas, tem, apesar de tudo, uma verba inconfundível, uma vitalidade Rabelaisiana para transformar em arte o sujo e o vulgar, para espiritualizar, com seu vozearão poético as funções fisiológicas, a mesquinharia, o sórdido, para dar dignidade estética a grosseria”. 

5. Auto-de-fé, de Elias Cannetti 

“Ao mesmo tempo que os demônios da sua sociedade e de sua época, Canetti também usou aqueles que habitavam dentro dele. Barroco, aponta um mundo prestes a explodir, seu romance é também uma criação soberana fantástica, na qual o artista fundiu seus medos e desejos mais íntimos com os choques e as crises que chacoalharam seu mundo”.

6. O Grande Gatsby, de F. S. Fitzgerald

Outra obra adaptada no cinema e que é recomendada pelo autor peruano. “Todo romance é um labirinto complexo de muitas portas e qualquer uma serve para invadir sua privacidade. A porta que abre esta confissão do autor de O Grande Gatsby, desemboca em uma história romântica, dessas de fazer chorar”.

7. Doutor Jivago, de Boris Pasternak

“... Mas sem essa confusa história que nos manipula, aturde, e, finalmente, despedaça, as vidas dos protagonistas não seriam o que são. Este é o tema principal do romance, que reaparece, de novo e de novo, como um leitmotiv, ao longo de suas vicissitudes tumultuosas: o indivíduo indefeso perante a história, sua fragilidade e impotência quando se vê preso no redemoinho do ´grande acontecimento´".

8. Il Gattopardo, de Giuseppe Tomasi de Lampedusa

“Como Lezama Lima e Alejo Carpentier, escritores barrocos se parecem porque construíram um mundo literário de beleza, separado da corrosão do tempo. Em Il Gattopardo, a varinha mágica executa aquela fraude mediante a qual a ficção adquire fisionomia própria, um tempo soberano diferente do cronológico, a linguagem”.

9. Pontos de Vista de um Palhaço, de Heinrich Böll

“Pontos de Vista de um Palhaço, seu romance mais celebre, é um bom testemunho de sua sensibilidade social quase maníaca. Trata-se de uma ficção ideológica ou, como disseram na época em que foi publicado (1963), “comprometida”. A história serve de pretexto para um severo julgamento religioso e moral do catolicismo e da sociedade burguesa na Alemanha Ocidental do pós-guerra”.

Assinatura Abraji