• 09.04
  • 2013
  • 11:41
  • Cleyton Vilarino

Maioria dos jornalistas trabalha há menos de seis anos no mesmo lugar, aponta pesquisa

Apesar de contentes com o trabalho que desenvolvem, a maioria dos jornalistas trabalha há menos de seis anos no mesmo emprego e se diz insatisfeita ou muito insatisfeita com questões referentes a salários e benefícios. É o que indica a pesquisa “Quem é o jornalista brasileiro” realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que ouviu 2.731 jornalistas em todo o Brasil no período de 25 de setembro a 18 de novembro de 2012.

A pesquisa aponta que 45,4% da categoria estão insatisfeitos com o salário e 48,2% com outros benefícios salariais. De acordo com o próprio levantamento da UFSC, apesar de 86% dos jornalistas ganharem até 10 salários mínimos, menos de um terço desta maioria está na faixa de renda entre cinco e 10 salários. A íntegra da pesquisa pode ser acessada aqui.

Entre os entrevistados, a satisfação com a remuneração aumenta de acordo com a faixa etária. Dos profissionais em início de carreira com até 22 anos, apenas 26,1% estão satisfeitos com o salário. Já entre os profissionais de 51 a 64 anos, 37,3% se dizem satisfeitos ou muito satisfeitos.  Os mais descontentes são os jornalistas entre 23 e 30 anos, com 48,1% de insatisfeitos ou muito insatisfeitos.Apesar disso, a ampla maioria (73,3% dos entrevistados de todas as idades) afirmou estar satisfeita ou muito satisfeita com o tipo de trabalho que realiza.

Jovens

A pesquisa também mostra uma elevada presença de jovens na profissão. Cerca de oito em cada dez entrevistados tinham até 40 anos e a ampla maioria desses profissionais mais jovens (73%) se encontra na faixa dos 18 aos 30 anos. De acordo com a pesquisa, a presença maior de jovens na categoria é resultado do crescimento acelerado na oferta de vagas em cursos superiores de jornalismo.

De 1990 até 2010, o número de cursos de jornalismo no Brasil teve um crescimento de mais de 500%. Se no início da década de 90 o país contava com 61 cursos de jornalismo, em 2010 esse número já havia saltado para 317. “Parcela expressiva dos estudantes se engaja desde cedo na vida profissional, como estagiários ou em funções de baixa remuneração, com ou sem carteira assinada: esta é a principal dinâmica de acesso ao mercado de trabalho” afirma o relatório final da pesquisa.

 

Pesquisa:
Universidade federal de Santa Catarina (UFSC)
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBP Jor)
Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ)

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