- 01.06
- 2020
- 09:00
- Abraji
Liberdade de expressão
Live da Abraji lembra os 18 anos do assassinato do jornalista Tim Lopes
A live da Abraji desta terça-feira (02.jun.2020) lembra o trabalho e a história do repórter Tim Lopes, torturado e carbonizado por traficantes do Rio de Janeiro há exatos 18 anos. Marcelo Beraba, conselheiro e primeiro presidente da Abraji, é o convidado da edição, que será realizada no Instagram, das 21h às 22h.
O jornalista foi sequestrado por traficantes em 02.jun.2002, na Vila Cruzeiro, comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro. Tim Lopes estava produzindo uma reportagem sobre o abuso de menores de idade nos bailes funk da região. O repórter foi levado para favela da Grota, no Complexo do Alemão, onde foi torturado, “julgado” e executado.
Em 04.set.2002, três meses após o assassinato do repórter, Marcelo Beraba convidava, por e-mail, 44 repórteres e editores de diferentes veículos e estados brasileiros a unirem-se em uma nova associação. Em dezembro daquele ano, cerca de 140 jornalistas se reuniram e decidiram se associar no que hoje se tornou a Abraji.
A vontade de criar uma associação surgiu após o seminário “Jornalismo Investigativo: Ética, Técnica e Perigos”, realizado como resposta ao assassinato de Tim Lopes.
“A morte do Tim provocou fortes reações. Entre elas, a fundação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. A Abraji nasceu nas redações com os objetivos de melhorar a qualificação profissional, lutar por uma lei de transparência — que não existia —, defender as liberdades de expressão e de imprensa e a integridade dos jornalistas”, explica Marcelo Beraba.
O conselheiro da Abraji diz que “ao longo desses 18 anos, a sociedade assistiu, de maneira inconformada, à expansão dos comandos e milícias em várias cidades brasileiras, e ao agravamento da violência contra repórteres, comunicadores e empresas jornalísticas”.
Na análise de Beraba, diante desse quadro, a democracia corre riscos: “Além da epidemia e da crise econômica, temos que resistir a um governo insensível às mortes provocadas pela covid-19, determinado a desacreditar a imprensa, a se livrar dos jornalistas e a debilitar as instituições democráticas. A memória do repórter Tim Lopes deve nos inspirar e fortalecer”.
Angelina Nunes, coordenadora do Programa Tim Lopes de Proteção a Jornalistas, é a mediadora da live “Tim Lopes: 18 anos depois”.
Esta é a segunda live do Programa Tim Lopes. Em 07.mai.2020, a discussão virtual teve a participação do jornalista Sérgio Ramalho, que integrou, ao lado de Angelina Nunes, a equipe da Abraji que esteve na fronteira com o Paraguai investigando o assassinato do jornalista Léo Veras. As conversas estão disponíveis na íntegra no Instagram da Abraji.