• 20.04
  • 2011
  • 08:55
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Leonêncio Nossa conta bastidores da reportagem "As guerras Desconhecidas do Brasil" no 6º Congresso

Visitas aos arquivos de órgãos como a Secretaria de Segurança Pública, o DOPS, o Arquivo Nacional. Pesquisa em registros de hospitais, de cartórios, dados de cemitérios, álbuns de família, diários, cartas, bilhetes, livros de história: foi em meio a todas essas fontes que Leonêncio Nossa, repórter do jornal “O Estado de S.Paulo” em Brasília, realizou sua investigação para a reportagem “As Guerras Desconhecidas do Brasil”, tema de um painel com mesmo nome no Congresso da Abraji.

Tudo começou com uma sugestão de Leonêncio ao Estadão: “A idéia era tentar levantar a participação da sociedade nas duas ditaduras: Vargas e Militar. Aí a gente estendeu para todo o século 20, para todas as guerras populares”. Ele e o fotojornalista Celso Júnior começaram, então, um processo de apuração investigativa que durou 17 meses. Após percorrerem 13.500 km,  visitarem 41 cidades e entrevistarem 375 pessoas, publicaram em dezembro de 2010 um caderno especial com 24 páginas repletas de fotografias, ilustrações e histórias de episódios esquecidos. “Me impressionou como o Brasil não garante a preservação da histórica, principalmente das populações mais humildes. É como se elas não participassem da história do país”, diz Leonêncio.

Para o repórter, “qualquer boa reportagem precisa de tempo, esforço do jornalista e aposta da empresa”, já que a apuração ocorreu em paralelo ao trabalho dos dois profissionais, em finais de semana, folgas e licenças. No entanto, o principal é a capacidade do repórter de agregar muitas informações, ir a fundo em qualquer história que não seja “só divulgações de relatórios”.

Em oposição aos que alegam que não há espaço nos jornais para grandes reportagens, Leonêncio afirma que há espaço para tudo: matérias pequenas, longas, fotográficas. “Essas mudanças são inerentes ao jornalismo. Nós sempre estamos vivendo um momento de mudanças. Na verdade, acho que devemos ficar atentos para fazer um trabalho de qualidade independentemente de onde ou como será veiculado. Cada linha escrita deve ter muito esforço”, conclui.

 

6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Quando: 30 de junho a 2 de julho de 2011
Onde: São Paulo - Universidade Anhembi Morumbi - campus Vila Olímpia - unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)
Inscrições: http://bit.ly/6congresso 

 

Assinatura Abraji