Lançado o primeiro banco de fontes do Nordeste para ampliar diversidade no jornalismo

Como parte de seus esforços para descentralizar a mídia no Brasil e fortalecer o jornalismo feito no Nordeste, a Cajueira lançou o primeiro banco de fontes da região, com dados e contatos de mais de 2 mil especialistas. A iniciativa pioneira e colaborativa foi criada a partir de indicações de universidades públicas do Nordeste e segue aberta à cooperação de pessoas e organizações interessadas em enriquecer o banco de fontes. 

A nova ferramenta, que visa expandir a diversidade regional no jornalismo, integra o lançamento de uma iniciativa mais ampla: a Rede Cajueira, uma plataforma que reúne, além do banco de fontes, um banco de jornalistas do Nordeste e um repositório de notícias de veículos independentes que atuam na região.

Apoiada institucionalmente pela Abraji, a Rede Cajueira foi lançada nesta quinta-feira (23.nov.2023), em um evento on-line, com participação das co-fundadoras da Cajueira, Mariama Correia, Joana Suarez, Mariana Ceci e Nayara Felizardo, e da jornalista Jayanne Rodrigues, responsável pelo Cajuzap, curadoria em áudio da Cajueira distribuído pelo Whatsapp.

O evento foi voltado para a apresentação das funcionalidades da plataforma, com destaque para o banco de fontes, cujas informações estão organizadas entre os 9 estados e 16 áreas de interesse. É possível filtrar os dados para encontrar fontes disponíveis para redações do país inteiro, como ilustra a imagem abaixo. A ferramenta terá sua base expandida em parceria com a jornalista Fabiana Moraes, por meio do Observatório Vida do Agreste. A notícia foi dada pela própria jornalista durante o evento.

 

Captura de tela do banco de fontes da Rede Cajueira

“Não existem cientistas ou economistas apenas no Sudeste, mas quando você lê o jornal ou liga a TV, percebe que a grande mídia não consulta pesquisadoras e pesquisadores nordestinos. O banco de fontes nordestinas é uma iniciativa que vai ajudar profissionais de imprensa do país inteiro a trazer mais diversidade regional nos seus conteúdos”, afirma Mariama Correia.

A Cajueira tem um perfil de rede de colaboração, que inclui destaques e curadoria de matérias de veículos locais. A ideia não é trazer o conteúdo completo republicado, mas direcionar os leitores para acessar as matérias originais. Os conteúdos destacados são selecionados através da curadoria da rede e também por meio de indicações dos próprios veículos. O mapa de veículos do Nordeste também figura como um dos carros-chefe do projeto, no qual se concentram as principais iniciativas de jornalismo independentes da região.

Mais sobre a Cajueira

A Cajueira foi idealizada por um grupo de mulheres jornalistas do Nordeste, que buscavam ressaltar uma cobertura da região que não fosse através de estereótipos. O intuito da iniciativa foi também destacar a diversidade que existe entre os nove estados da região, tidos pelo resto do país como um bloco unitário.

O projeto começou a partir da Newsletter Cajueira, que fazia uma curadoria quinzenal com conteúdos produzidos por veículos independentes de comunicação nordestinos. Com três anos de existência, a iniciativa conta agora com diferentes recursos para promover esses conteúdos jornalísticos, como uma newsletter, o Cajuzap, o Mapa Cajueira e a recém-criada Rede Cajueira.

Em breve, a Rede Cajueira também oferecerá cursos e formações de comunicação, com o intuito de auxiliar veículos, através de um formato colaborativo, a produção de novos conteúdos e possibilidade de geração de renda. O projeto tem financiamento do programa de aceleração de negócios digitais do International Center for Journalists (ICFJ) e Meta e apoio institucional da Ajor.

Crédito da imagem: Divulgação