- 07.10
- 2008
- 23:59
- Maria Luiza Muniz
“Justiça eleitoral não tem sido ágil para julgar casos”, diz procurador Rogério Nascimento
O editor do jornal “Extra”, Bruno Thys, não acredita que a ação para tentar impedir a circulação do jornal no Rio coloque em xeque o regime democrático. Ao contrário, trata o episódio como algo "isolado, ridículo", "coisa de gente que acha que é dono de um território". "Os meios de comunicação são mais fortes. Denunciamos o fato e o mais importante é que conseguimos informar a população", afirma o editor ao informar que a matéria foi publicada novamente no dia seguinte ao ocorrido.
De acordo como o “Extra” a compra de jornais para impedir veiculação de matéria do jornal será alvo de investigações da Secretaria de Segurança do RJ, através da Subsecretaria de Inteligência, e da Polícia Federal (PF), que também investiga o caso, a pedido do procurador Rogério Nascimento, do Ministério Público eleitoral. Ainda segundo o "Extra", o delegado Robson Dartagnan, da Divisão de Polícia Federal de Nova Iguaçu, disse que iria arrolar testemunhas, a fim de conseguir um retrato-falado dos homens que coagiram os jornaleiros na Baixada Fluminense.
O procurador do Ministério Público Rogério Nascimento explica que, se comprovada a prática de crime eleitoral, a legislação prevê penalidades que variam desde a multa e condenação por inelegibilidade, cassação do registro eleitoral, até prisão de seis meses a dois anos. Contudo, o procurador reconhece que “a justiça eleitoral não tem sido ágil” e “precisa melhorar sua função de julgar”.
Nascimento lembra que episódios semelhantes ocorreram em jornais de circulação local. "O Brasil tem uma história de coação à pequena imprensa corriqueira e, se não há uma resposta institucional firme, aumenta essa ocorrência. A imprensa regional no Brasil é heróica”, observa Nascimento.
Rondônia
Em Porto Velho (RO), o jornal "Imprensa Popular" também teve sua distribuição impedida na semana anterior às eleições por oito homens que ameaçaram o coordenador da distribuição, João Paulo dos Santos, se dizendo correligionários do prefeito e candidato à reeleição, Roberto Sobrinho (PT).
Um dos diretores do jornal, Aldrin Willy, disse não acreditar na possibilidade de punir os culpados. "Decidimos denunciar o atentado à imprensa, mas não foi registrado boletim de ocorrência na polícia, simplesmente porque tal medida não teria qualquer resultado prático, seria absolutamente inócuo, como em outras vezes que sofremos tal violência e esses órgãos não finalizaram nenhuma investigação".
Willy atribui as pressões e intimidações sofridas à "linha editorial combativa, em que a crítica aos desmandos do administrador público e as insatisfações do povo têm lugar privilegiado". E acrescenta: "enquanto não desenvolvermos uma mentalidade de efetivo respeito à democracia, haveremos de sofrer os efeitos do mau do autoritarismo".
De acordo como o “Extra” a compra de jornais para impedir veiculação de matéria do jornal será alvo de investigações da Secretaria de Segurança do RJ, através da Subsecretaria de Inteligência, e da Polícia Federal (PF), que também investiga o caso, a pedido do procurador Rogério Nascimento, do Ministério Público eleitoral. Ainda segundo o "Extra", o delegado Robson Dartagnan, da Divisão de Polícia Federal de Nova Iguaçu, disse que iria arrolar testemunhas, a fim de conseguir um retrato-falado dos homens que coagiram os jornaleiros na Baixada Fluminense.
O procurador do Ministério Público Rogério Nascimento explica que, se comprovada a prática de crime eleitoral, a legislação prevê penalidades que variam desde a multa e condenação por inelegibilidade, cassação do registro eleitoral, até prisão de seis meses a dois anos. Contudo, o procurador reconhece que “a justiça eleitoral não tem sido ágil” e “precisa melhorar sua função de julgar”.
Nascimento lembra que episódios semelhantes ocorreram em jornais de circulação local. "O Brasil tem uma história de coação à pequena imprensa corriqueira e, se não há uma resposta institucional firme, aumenta essa ocorrência. A imprensa regional no Brasil é heróica”, observa Nascimento.
Rondônia
Em Porto Velho (RO), o jornal "Imprensa Popular" também teve sua distribuição impedida na semana anterior às eleições por oito homens que ameaçaram o coordenador da distribuição, João Paulo dos Santos, se dizendo correligionários do prefeito e candidato à reeleição, Roberto Sobrinho (PT).
Um dos diretores do jornal, Aldrin Willy, disse não acreditar na possibilidade de punir os culpados. "Decidimos denunciar o atentado à imprensa, mas não foi registrado boletim de ocorrência na polícia, simplesmente porque tal medida não teria qualquer resultado prático, seria absolutamente inócuo, como em outras vezes que sofremos tal violência e esses órgãos não finalizaram nenhuma investigação".
Willy atribui as pressões e intimidações sofridas à "linha editorial combativa, em que a crítica aos desmandos do administrador público e as insatisfações do povo têm lugar privilegiado". E acrescenta: "enquanto não desenvolvermos uma mentalidade de efetivo respeito à democracia, haveremos de sofrer os efeitos do mau do autoritarismo".