• 20.05
  • 2005
  • 14:13
  • MarceloSoares

Julgamento de acusados de matar Tim Lopes começa dia 24, no Rio

DA FOLHA ONLINE

O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado de ter matado o jornalista Tim Lopes em 2002, e seis supostos comparsas serão julgados no próximo dia 24, no 1º Tribunal do Júri do Rio.

Outros dois indiciados, André da Cruz Barbosa, o André Capeta, e Maurício de Lima Matias, o Boi, morreram.

A expectativa é que o júri, presidido pelo juiz Fábio Uchôa, dure de dois a três dias, segundo o TJ (Tribunal de Justiça).

No processo, os réus são acusados dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Devem ser ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa, para cada um.

Crime

Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002, na Vila Cruzeiro, favela que faz parte do complexo do Alemão depois de ser reconhecido e capturado por traficantes ligados a Elias Maluco, quando fazia reportagem sobre um baile funk onde haveria consumo de drogas e sexo explícito.

Após ser apanhado por traficantes, Lopes foi levado para o morro da Grota, também no complexo do Alemão, onde teria sido esquartejado e queimado em pneus --método conhecido como "microondas" e usado para apagar vestígios da mortes.

Réus

Ao serem presos, Reinaldo do Amaral de Jesus, o Cadê, e Fernando Sátyro da Silva, o Frei, negaram participação no crime, mas relataram à polícia, com detalhes, como o jornalista foi morto. Eles ainda indicaram onde os restos mortais foram enterrados, na favela da Grota.

Também preso, Ângelo Ferreira da Silva, o Primo, confessou estar no Palio branco em que Tim Lopes foi levado da Vila Cruzeiro para a favela da Grota. No dia seguinte, Elizeu Felício de Souza, o Zeu, é apontado como "segurança" de Elias Maluco e admite ter presenciado o crime.

Na ocasião, ainda segundo o TJ, Zeu confessou ter comprado gasolina e diesel em um posto de combustíveis nas proximidades da favela Nova Brasília. Os produtos seriam usados no assassinato.

Preso pela Polícia Federal, Claudino dos Santos Coelho, o Xuxa, teria presenciado o assassinato e chutado o jornalista. Já Renato de Souza Paula, o Ratinho, recusou-se a falar sobre o caso.
Assinatura Abraji