- 06.07
- 2005
- 16:09
- MarceloSoares
Juiz manda prender repórter do New York Times por não revelar fontes
DA FOLHA ONLINE
O juiz americano Thomas Hogan emitiu nesta quarta-feira uma ordem de prisão contra a jornalista Judith Miller, do "The New York Times", depois que ela se negou a revelar sua fonte em uma investigação que gerou a identificação de um agente da CIA (inteligência dos EUA).
Após a decisão do juiz distrital, Miller se levantou, abraçou seu advogado e foi escoltada para fora da sala de audiência.
Anteriormente, também nesta quarta-feira, o repórter Matthew Cooper, da revista americana "Time", envolvido no mesmo caso, afirmou perante o juiz que de agora em diante irá cooperar com as investigações do promotor federal Patrick Fitzgerald, porque sua fonte havia lhe dado autorização para discutir o assunto.
"Estou preparado para testemunhar. Vou cumprir a ordem judicial", disse Cooper.
"Judith é uma mulher honrada, que adere à mais alta tradição de sua profissão", afirmou a advogada Floyd Abrams aos repórteres, após a decisão pela prisão da jornalista do "Times".
Abrams disse ainda que, com a decisão, Miller "escolheu" ir para a cadeia para não quebrar a promessa de confidencialidade feita à sua fonte.
Caso
O suposto caso de espionagem começou há dois anos, quando vários meios de comunicação americanos publicaram reportagens dizendo que Valerie Plame, mulher do ex-embaixador americano Joseph Wilson, era agente da CIA.
Wilson foi enviado à Nigéria para investigar supostas compras de urânio feitas pelo Iraque e era muito crítico em relação aos argumentos apresentados pelo governo dos EUA para invadir o Iraque.
A identidade de Plame foi revelada dias depois que seu marido criticou publicamente o governo americano pela invasão do país.
O ex-embaixador chegou a afirmar que a revelação da identidade de sua mulher seria uma represália à sua posição em relação ao conflito.
As informações sobre a identidade da suposta espiã teriam sido repassadas a Cooper e Miller. Ambos se negavam a revelar as suas fontes, mas Cooper voltou atrás nesta quarta-feira.
E-mails
Na última quinta-feira (30), o editor da "Time" entregou o material de Cooper à polícia, na tentativa de livrar o jornalista do processo judicial.
No último domingo (3), a revista norte-americana "Newsweek" publicou que a fonte secreta de Cooper seria Karl Rove --considerado por diversos analistas o homem mais influente da cena política dos EUA.
O nome de Rove aparece em e-mails enviados pelo jornalista da revista "Time" a seu editor, Norman Pearlstine.
Nos e-mails, Cooper diz que o assessor do governo de George W. Bush foi uma das fontes que revelaram a ação de uma agente da CIA (inteligência dos Estados Unidos) que espionava um embaixador americano. A "Newsweek" cita como fontes de informação "advogados que trabalham no caso".
Nos EUA, revelar a identidade de um agente secreto é um delito federal, pelo qual a pessoa que passou a informação aos jornalistas pode ser processada judicialmente.
Com agências internacionais
O juiz americano Thomas Hogan emitiu nesta quarta-feira uma ordem de prisão contra a jornalista Judith Miller, do "The New York Times", depois que ela se negou a revelar sua fonte em uma investigação que gerou a identificação de um agente da CIA (inteligência dos EUA).
Após a decisão do juiz distrital, Miller se levantou, abraçou seu advogado e foi escoltada para fora da sala de audiência.
Anteriormente, também nesta quarta-feira, o repórter Matthew Cooper, da revista americana "Time", envolvido no mesmo caso, afirmou perante o juiz que de agora em diante irá cooperar com as investigações do promotor federal Patrick Fitzgerald, porque sua fonte havia lhe dado autorização para discutir o assunto.
"Estou preparado para testemunhar. Vou cumprir a ordem judicial", disse Cooper.
"Judith é uma mulher honrada, que adere à mais alta tradição de sua profissão", afirmou a advogada Floyd Abrams aos repórteres, após a decisão pela prisão da jornalista do "Times".
Abrams disse ainda que, com a decisão, Miller "escolheu" ir para a cadeia para não quebrar a promessa de confidencialidade feita à sua fonte.
Caso
O suposto caso de espionagem começou há dois anos, quando vários meios de comunicação americanos publicaram reportagens dizendo que Valerie Plame, mulher do ex-embaixador americano Joseph Wilson, era agente da CIA.
Wilson foi enviado à Nigéria para investigar supostas compras de urânio feitas pelo Iraque e era muito crítico em relação aos argumentos apresentados pelo governo dos EUA para invadir o Iraque.
A identidade de Plame foi revelada dias depois que seu marido criticou publicamente o governo americano pela invasão do país.
O ex-embaixador chegou a afirmar que a revelação da identidade de sua mulher seria uma represália à sua posição em relação ao conflito.
As informações sobre a identidade da suposta espiã teriam sido repassadas a Cooper e Miller. Ambos se negavam a revelar as suas fontes, mas Cooper voltou atrás nesta quarta-feira.
E-mails
Na última quinta-feira (30), o editor da "Time" entregou o material de Cooper à polícia, na tentativa de livrar o jornalista do processo judicial.
No último domingo (3), a revista norte-americana "Newsweek" publicou que a fonte secreta de Cooper seria Karl Rove --considerado por diversos analistas o homem mais influente da cena política dos EUA.
O nome de Rove aparece em e-mails enviados pelo jornalista da revista "Time" a seu editor, Norman Pearlstine.
Nos e-mails, Cooper diz que o assessor do governo de George W. Bush foi uma das fontes que revelaram a ação de uma agente da CIA (inteligência dos Estados Unidos) que espionava um embaixador americano. A "Newsweek" cita como fontes de informação "advogados que trabalham no caso".
Nos EUA, revelar a identidade de um agente secreto é um delito federal, pelo qual a pessoa que passou a informação aos jornalistas pode ser processada judicialmente.
Com agências internacionais