- 27.05
- 2019
- 09:52
- Abraji
Liberdade de expressão
Jornalistas são hostilizados e agredidos em manifestações pró-governo
Ao menos 12 profissionais de imprensa foram hostilizados e agredidos enquanto faziam a cobertura de atos em favor do governo Bolsonaro neste domingo (26.mai.2019). Manifestantes impediram o trabalho dos profissionais em Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
Na capital paranaense, o repórter Hiago Zanolla (UFPR) e os repórteres fotográficos Franklin Freitas (Bem Paraná), Giorgia Prates (Plural) e Hedeson Alves (Gazeta do Povo) se viram obrigados a sair da manifestação que acontecia próxima ao Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os quatro foram alvo de agressões verbais por parte dos manifestantes. Alves foi atingido por um soco nas costas e deixou o local com escolta de policiais militares. Prates foi alvo da turba depois de uma pessoa em um dos carros de som apontá-la como “esquerdista”. Além de xingamentos, recebeu um tapa no pescoço.
Em Belo Horizonte, três profissionais da TV Globo foram expulsos do ato na Praça da Liberdade. O repórter, o cinegrafista e o auxiliar foram perseguidos por manifestantes aos gritos de “jornalixo” e palavrões até o carro que usavam. Jornalistas da emissora enfrentaram situação semelhante no Parcão, em Porto Alegre. Jonas Campos e a equipe cinematográfica que o acompanhava tiveram de deixar o local frente à hostilidade dos manifestantes.
Uma repórter da Folha de S.Paulo foi hostilizada por uma mulher no ato que ocorria na Av. Paulista. Ao ser abordada para uma entrevista, disse à jornalista que não saberia do que era capaz se a profissional não deixasse o local. Situação parecida com a que a repórter do jornal em Fortaleza vivenciou: um homem disse-lhe que ela deveria ter medo de estar no protesto e que não era bem-vinda.
A Abraji repudia os casos de violência e oferece solidariedade aos profissionais atingidos. Ao impedirem o trabalho da imprensa, os manifestantes fragilizam a liberdade de expressão no país e comprometem o direito à informação. Prejudicam, desta forma, a si próprios e a toda a sociedade.
Diretoria da Abraji, 27 de maio de 2019.
Com informações de Bem Paraná, Estado de Minas e Folha de S.Paulo