- 29.03
- 2011
- 13:09
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Jornalistas do NYT narram prisão e tortura na Líbia
“Aqueles com quem luto eu não odeio/aqueles a quem guardo eu não amo”. A frase do poeta irlandês William Butler Yeats, proferida por um oficial líbio, ecoava nas mentes dos quatro jornalistas do “The New York Times” enquanto eles eram libertados após seis dias de cativeiro.
Anthony Shadid, Lynsey Addario, Stephen Farrell e Tyler Hicks publicaram uma reportagem contando sua experiência como prisioneiros de soldados do ditador Muammar Gaddafi - desde o momento em que foram capturados por forças militares do governo, na cidade de Ajdabiya, até o momento de sua libertação, após intervenção de diplomatas turcos.
No texto, escrito em primeira pessoa, os repórteres abordam os acontecimentos com uma boa dose de autocrítica. Contam em detalhes as torturas, os abusos sofridos e a mistura de cordialidade e brutalidade com que eram tratados. Embora tivessem grande experiência em trabalhar no Oriente Médio - dois deles já haviam sido inclusive sequestrados (Lynsey foi mantida refém no Iraque e Steve, no Afeganistão) -, os repórteres chegaram a acreditar que esse tinha sido seu último trabalho.
A reportagem é permeada por um sentimento de culpa, seja pelos parentes e amigos, aflitos com a falta de notícias, seja pelo motorista da equipe, que continua desaparecido. “Se ele tiver morrido, nós teremos que carregar este fardo para o resto de nossas vidas: um homem inocente morreu por nossa causa, por escolhas erradas que fizemos, por um artigo pelo qual não valeria a pena morrer. Não vale a pena morrer por nenhum artigo, mas nós estávamos cegos demais para admitir isso”.
Para ler a reportagem na íntegra em inglês acesse: http://nyti.ms/ggfaq4