• 14.04
  • 2009
  • 12:51
  • Mariana Baccarin

Jornalista é escoltada em quartel da PM do Rio de Janeiro enquanto apurava informações para uma reportagem


A jornalista Vera Araújo, do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, foi escoltada no
quartel-general da Polícia Militar do Rio de Janeiro, quando tentava falar com o chefe do serviço de relações públicas da corporação, Rogério Leitão, no último dia 7. Ela apurava informações para uma  reportagem e seria recebida por Leitão, que desistiu de atendê-la sem dar justificativas.

A jornalista é autora de uma matéria publicada em março sobre o escândalo das moradias da PM, que revelou que alguns funcionários moram em casas da corporação e recebem auxílio moradia.

Na base da PM, a jornalista se identificou e pediu para falar com o chefe do serviço de
relações públicas da corporação. Foi informada que teria de subir os três lances de escada escoltada até a sala da assessoria. Chegando à recepção do terceiro andar, identificou-se novamente, quando uma assistente de Leitão comunicou que ela não seria mais recebida e que deveria ser escoltada novamente até o carro do jornal.

Araújo relata que ligou para o Coronel Gilson Pitta, comandante-geral da PM do Rio de Janeiro, para comunicar o ocorrido. A jornalista teria ouvido do comandante que o local é uma unidade militar e que ultimamente ele só tinha visto reportagens que denigrem ou são desfavoráveis à imagem da PM. Araújo também relatou o caso à assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública.

“Me senti uma bandida sendo escoltada, nunca houve necessidade disso, eu cubro segurança pública há mais de 20 anos”, disse Araújo à Abraji.

Em nota oficial, a PM do Rio de Janeiro afirma que não houve agendamento de um encontro a seção de relações públicas da corporação e que Araújo foi recebida por uma assessora de imprensa. A nota nega que tenha havido escolta. “A PM esclarece que não houve “escolta” à jornalista. Ao adentrar na Unidade Militar a jornalista foi conduzida até o seu destino por um integrante da guarda do Quartel, que é um policial militar e trabalha fardado. Tal conduta é praticada como ocorre na maioria das empresas, onde as pessoas que adentram as instalações são gentilmente conduzidas por funcionários destacados para fazer isso. Tal medida, feita até mesmo com autoridades civis e militares é uma honraria e não um insulto”.  

Assinatura Abraji