• 14.12
  • 2012
  • 16:22
  • Marina Iemini Atoji

Jornalista é agredida por PM em comunidade do Rio

Mariana é levada para o carro da políciaMoradora da comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro, a jornalista Mariana Albanese foi agredida por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) enquanto registrava o avanço de uma retroescavadeira para remoção da única quadra de esportes da comunidade.

Mariana filmava com seu celular o protesto dos moradores do Vidigal contra a ação, quando um dos policiais militares deu-lhe um tapa no rosto e derrubou o aparelho no chão, chutando-o. A jornalista revidou às agressões: "fiquei furiosa por causa do celular; ele foi naquilo que mais me agredia, eu uso o celular o tempo todo para trabalhar". Ela mantêm o blog Vidiga!, onde registra o cotidiano da comunidade.

Detida e levada para a 15ª DP, Mariana foi autuada por desacato à autoridade e por lesão corporal contra o policial. Ela relata que foi mantida algemada o durante todo o trajeto da comunidade à delegacia, apesar de não oferecer resistência. 

Sem os documentos (sua bolsa se perdeu em meio à confusão), Mariana não pôde fazer exame de corpo delito nem registrar boletim de ocorrência contra o policial que a agrediu.

Marcada

A jornalista conta que os membros da UPP do Vidigal não se mostravam satisfeitos com sua atuação há algum tempo, em especial o policial autor da agressão. "Eu já estava marcada. Toda vez que tirava uma foto, fosse do lixo espalhado ou do céu azul, eles olhavam atravessado", diz.

Mariana, no entanto, afirma não se sentir ameaçada: "claro que penso às vezes que pode acontecer alguma coisa, mas se for dar muito espaço ao medo, não faço nada". O fato de muitos moradores terem registrado o acontecido e os vídeos e fotos terem circulado em redes sociais, chegando a centenas de pessoas, também a tranquiliza.

Polícia diz que houve ofensa a PM

Em nota, a Polícia Militar diz que a jornalista ofendeu o policial e o agrediu fisicamente. O comandante da UPP Vidigal, capitão Fabio Pereira, abriu procedimento apuratório para "verificar se houve abuso na conduta do policial".

Com informações do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e do Comunique-se. Foto: Edison Lima

Assinatura Abraji